segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pesquisa revela que Vidigal tem quase 70% de aprovação na Serra

Foto: Bruno Coelho


O prefeito da Serra, Sérgio Vidigal, tem índice de 69,25% de aprovação dos moradores da Serra. É o que apontou uma pesquisa realizada pelo Instituto Flexconsult e divulgada em parceria com a Rede Vitória. O levantamento avaliou ainda a satisfação dos moradores em relação ao Executivo e constatou que 64,5% dos entrevistaram avaliam como ótimo/bom o desempenho da prefeitura.


De acordo com a pesquisa, 69,25% dos moradores disseram que a administração do pedetista é bom/ótimo; 23,75% consideram regular e apenas 4,5% responderam que é ruim/péssimo. Não souberam ou não responderam representam 2,5% das opiniões dos entrevistados. O saldo, diminuindo o índice ótimo/bom pelo ruim/péssimo, terminou com balanço positivo de 64,75%.


Foto: Folha Vitória

A pesquisa também quis saber a satisfação dos moradores em relação ao Executivo. 64,5% disseram que é bom/ótimo; 28,5% regular e 5,25% como ruim/péssimo. Não souberam ou não responderam soma 1,75% dos entrevistados.

De acordo com a avaliação do cientista político Fernando Pignaton, os resultados da Serra mostram que perto de 2/3 aprovam a prefeitura (64,50% de “Ótimo e Bom”) e mais de 2/3 aprovam o prefeito (69,25% de “Ótimo e Bom”) contra apenas 5,25% de “Ruim e Péssimo”, no caso da prefeitura. No caso do prefeito o índice de “Ruim e Péssimo” cai abaixo dos 5% (“4,50%”). Portanto o conceito da prefeitura de “bom” e do prefeito é de “bom com tendência para ótimo”.

Ao todo, foram realizadas 400 entrevistas e a margem de erro é de 4,9% e tem índice de 95% de confiança. As entrevistas foram feitas entre os dias 26 de novembro e 5 de dezembro de 2010.

Fonte: Folha Vitória

Crack já se alastrou pelo Brasil, diz pesquisa da CNM

Embora haja um grande esforço para a redução da mortalidade infantil, não há política de Estado de prevenção à mortalidade juvenil


Por Agência Estado

O consumo de crack já se alastrou pelo País, aponta pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgada na manhã desta segunda-feira (13), em Brasília. Levantamento feito com 3.950 cidades mostra que 98% dos municípios pesquisados enfrentam problemas relacionados ao crack e a outras drogas. "Falta uma estratégia para o enfrentamento do uso do crack. Não há integração entre União, Estados e municípios", alertou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Ziulkoski criticou o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, lançado pelo governo federal em maio deste ano. "É um programa que não aconteceu, praticamente nenhum centavo chegou". Ao apresentar os números, ele disse que não avaliaria se a iniciativa teve intenções eleitoreiras. "Apenas estou trazendo números e realidades".

A CNM observa ainda que, embora haja um grande esforço para a redução da mortalidade infantil, não há política de Estado de prevenção à mortalidade juvenil. A confederação também ressalta a importância de ações na região de fronteira para impedir a entrada de droga no País.
 
Números

O estudo da CNM constatou que, dos municípios pesquisados, apenas 14,78% afirmaram possuir Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que oferece atendimento à população e acompanhamento clínico de pessoas com transtornos mentais, entre eles usuários de drogas.

Quando o assunto foi a existência de programa municipal de combate ao crack, 8,43% das cidades alegaram possuir alguma iniciativa dessa natureza. Mesmo sem um programa definido e com a falta de apoio das demais esferas de governo, 48,15% dos municípios realizam campanha de combate ao crack, aponta a pesquisa.

Estacionamentos com cobrança fracionada em funcionamento. No aeroporto nada mudou

LETÍCIA GONÇALVES



No terminal Eurico de Aguiar Salles a permanência até a primeira hora continua custando R$ 3,00 e após esse tempo são cobrados R$ 5,00, sem o fracionamento a cada dez minutos

Estacionamentos privados pela empresa Maxipark em Vitória, já realizam a cobrança fracionada




Os estacionamentos privados administrados pela empresa Maxipark em Vitória já realizam a cobrança fracionada como determina lei municipal 8.012, que trata da cobrança parcelada a cada dez minutos após a primeira hora.


A empresa afirmou em comunicado enviado na última sexta-feira (10) que "todas as unidades de estacionamentos da rede na capital se adequam à nova lei municipal promulgada em 20 de outubro de 2010" a partir desta segunda-feira (13). Há, no entanto, pelo menos uma exceção: o Aeroporto de Vitória.

A Maxipark tem 10 estacionamentos na capital. No que está localizado na esquina entre as avenidas Princesa Isabel e Barão de Itapemirim, no Centro de Vitória, por exemplo, as mudanças foram adotadas na manhã desta segunda como o previsto. São cobrados R$ 5,00 até a primeira hora e R$ 0,83 a cada dez minutos após esse período.

Procedimento semelhante, com preços diferentes, foi adotado nos estacionamentos da Maxipark localizados nas avenidas General Osório (Bradesco) e República (Itaú) e na rua Aristeu Aguiar (Itaú), também no Centro.

No aeroporto, tudo igual

Mas no Aeroporto Eurico de Aguiar Salles nada mudou. A permanência até a primeira hora continua custando R$ 3,00 e após esse tempo são cobrados R$ 5,00, sem o fracionamento a cada dez minutos, como estipula a lei.

Os clientes lamentam. O corretor de imóveis Alcy Ferreira Coutinho, diz que a cobrança fracionada seria melhor. "Eu sou a favor da cobrança fracionada porque não tem como prever o que vai acontecer em relação a atrasos de voos e a gente fica na mão de uma tarifa fixa, às vezes até abusiva. Eu prefiro cobrança fracionada porque cada caso é um caso. Se atrasar um voo e a gente tiver que ficar mais tempo, a gente vai pagar proporcionalmente a esse tempo".

A Maxipark, por meio da assessoria de imprensa, informou que tentou implantar as medidas também no estacionamento do aeroporto, mas que não foi autorizada pela Infraero, que administra o terminal e mantém o contrato com a empresa. A Infraero ainda não se posicionou sobre o assunto.


O secretário de Cidadania e Direitos Humanos de Vitória, Eliezer Tavares, afirma que o estacionamento do aeroporto também tem que obedecer à lei, já foi notificado e pode recorrer em dez dias a contar da data da notificação. Se descumprir as regras, tanto a Maxipark quanto a Infraero podem ser multadas.

Notificações

Ainda segundo o secretário, há 42 estacionamentos privados na Capital e todos devem seguir a norma imposta pela lei municipal. Os estabelecimentos já receberam notificações educativas. Já as punitivas ainda estão sendo feitas pelo Procon municipal. A lei já está valendo. "Agora não tem mais choro nem vela, como diz o ditado popular", frisou o secretário.

Dos 42 estacionamentos 17 já foram notificados pelo Procon após o período de adequação à lei. Desses, nove foram autuados e podem recorrer. Os outros oito já cumpriam a medida. O Procon municipal deve ir aos outros estacionamentos, para completar os 42, até o final desta semana.

O Shopping Norte Sul já se adequou e faz a cobrança fracionada. Os shoppings Jardins e Vitória foram notificados e têm até a próxima quinta-feira (16) para recorrer da multa. Os departamentos jurídicos desses centros comerciais analisam as medidas a serem tomadas.

A nova lei
A lei municipal 8.012 determina que a cobrança pelo estacionamento em locais privados seja fracionada a cada dez minutos após a primeira hora. O valor de cada parcela será o valor de uma hora dividido por seis.

Um exemplo: um estacionamento que cobra hoje R$ 6,00 nas quatro horas terá que cobrar R$ 1,50 por hora e R$ 0,25 por 10 minutos.

O secretário Eliezer Tavares diz que o consumidor é beneficiado com a medida. "A vantagem é que a cobrança fica mais igual. Antigamente favorecia muito à empresa. Um estacionamento que custava R$ 6,00 para quatro horas, a pessoa ficava 15 minutos de graça, mas se ficasse 16 minutos pagava R$ 6,00 e não tinha direito de voltar para ficar o restante do tempo. Pagava por quatro horas e levava 16 minutos".

Quem ficar uma parcela com fração de tempo menor que cinco minutos terá o valor arredondado para menos. Antes da cobrança, a tolerância deve ser de 25 minutos nos shoppings e de 10 minutos em outros locais. O valor da multa varia de R$ 406 a R$ 5 milhões, de acordo com o faturamento da empresa.
Fonte: A Gazeta

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Portadora de deficiência visual leva esperança a outros com mesmo problema

Por Leilane Menezes
A visão começou a abandonar os olhos de Nayara Magalhães dos Santos(Foto) muito cedo. Era difícil decifrar o que diziam os livros escolares. A menina ampliava os textos e as figuras, tentava ir além da própria capacidade — o que se tornou um hábito —, mas a cabeça só doía. E nada de o mundo parecer mais fácil de desvendar. Apesar de ter nascido com uma doença grave, a retinose pigmentar progressiva (veja Para saber mais), a menina de cabelos e olhos claros foi criada para ser otimista. Nunca acreditou que perderia totalmente a visão.

Não aprendeu o braille, sistema de leitura por meio de pontos, quando era criança. A família, superprotetora, preferia acreditar que não seria necessário. Mas foi. Aos 18 anos, Nayara teve uma perda brusca na habilidade de enxergar. “Os médicos acreditam que a minha visão piorou depois que minha mãe adoeceu e ficou muito tempo no hospital. Pode ter sido o nervoso, o baque emocional”, explicou a jovem. “Não me preparei para isso porque meus pais acharam que o melhor para mim seria esconder esse problema. Eles não queriam aceitar a verdade, que teriam uma filha com uma deficiência em um mundo não adaptado”, completou.

Hoje, Nayara tem entre 15% e 20% da capacidade de ver, durante o dia. Ao anoitecer, cai para 10%. Mas a falta do sentido não a impede de ir longe. À época da piora, Nayara se preparava para o vestibular. Sonhava em cursar serviço social na Universidade de Brasília (UnB). “Estudei a vida toda em escola pública e todo mundo sabe que assim fica mais difícil. Eu não tinha acesso a nada que facilitasse a minha situação como deficiente visual”, afirmou.

Mesmo diante do problema, Nayara matriculou-se em um cursinho preparatório para o vestibular. Gravava todas as aulas, enquanto uma amiga ajudava e lia os textos para ela. E assim Nayara estudou mais de 10 horas por dia, durante um ano. Passou na segunda tentativa. “Escolhi o serviço social porque é o curso que mais trata de políticas sociais. O profissional dessa área defende um grupo vulnerável, as minorias. O primeiro auxílio que as pessoas procuram é o de um médico. A maioria deles trata a deficiência visual apenas com uma doença e não leva em consideração o social. A assistente atua justamente nesse setor”, justificou.

Mudança
Nayara conheceu um mundo diferente. Estava habituada a uma vida de isolamento: “Sofri muito bullying na escola. Tinha que me sentar sempre muito perto do quadro, às vezes tropeçava nas coisas, batia a cabeça. Aprendi a me afastar dos outros para me defender”. Na universidade, a jovem encontrou amigos, alunos como ela ou professores. Conheceu o Programa de Apoio aos Portadores de Necessidades Especiais (PPNE). Nele, a estudante tinha direito a três tutores. Eles eram alunos bolsistas que a ajudavam durante a aula e nas provas.

“Quando percebi que muitas pessoas acreditavam em mim, me vi capaz de qualquer coisa”, lembrou. Quase quatro anos depois de ingressar na UnB, Nayara deu início ao trabalho de conclusão de curso, a monografia. O tema não poderia ser outro: o acesso dos portadores de necessidades especiais ao nível superior. “Escolhi pesquisar porque há tão poucos deficientes nas universidades. É um problema que vem do ensino básico, passa pelo médio e leva a uma barreira no momento de ingressar na faculdade.” Nayara encontrou pouca bibliografia. Contou com a ajuda de computadores com leitores de tela.

Dificuldades
O trabalho trata das falhas na acessibilidade dentro da UnB. “Faltam calçadas adaptadas, tudo é muito longe. Sempre esquecem um orelhão no meio do caminho, um buraco no meio da rua. A cidade toda é assim e a universidade não é diferente”, apontou. Mas o foco da pesquisa de Nayara é mais polêmico que a questão da mobilidade. A monografia leva o título Sistema de cotas para deficientes, uma alternativa viável.

“Percebi que a quantidade de deficientes só diminuía na UnB. De acordo com pesquisas, 26 mil deficientes concluíram o segundo grau no último ano. A demanda pelo ensino superior existe. Só há 48 deficientes na UnB inteira. Desses, somente 15 têm algum problema como surdez ou na visão. Os outros sofrem de dislexia, etc.”, constatou. Nayara entrevistou os professores do PPNE e os alunos especiais. “Na minha hipótese, achei que não iam concordar com o sistema de cotas. Mas me surpreendi. Apenas um deles se colocou contra.”

Na conclusão, pela própria experiência de vida e pelo que viu na UnB, Nayara optou por defender a reserva de vagas no vestibular para portadores de necessidades especiais. “Seria uma política de equiparação de oportunidades. Algo paliativo e não permanente. Quando a universidade conseguisse atrair esse público, não seria mais necessário”, argumentou.

“Essa medida teria de ser articulada com uma política de mudança no sistema educacional inteiro, desde o ensino básico. Deveria também ser acompanhada de uma política de permanência dentro do ensino superior, como o oferecimento de bolsas de pesquisa especiais”, acrescentou. Ganhou nota máxima, o SS. Agora busca meios de divulgar suas ideias e contribuir efetivamente com a sociedade.

Nayara não deixa de surpreender. Este mês, assumiu o cargo de assistente social na Secretaria de Justiça. Foi a única que passou no concurso para essa atividade específica. Agora, acompanha jovens que cumprem medida de liberdade assistida. Vai, inclusive, visitar a casa deles e orientar as famílias para que os adolescentes não voltem a cometer crimes. “Para poder levar uma vida normal, é preciso aceitar-se. Depois, tentar ser independente, o máximo possível. E, principalmente, agarrar todas as oportunidades”, ensinou. Quem olha para Nayara não reconhece a limitação de imediato. Vê apenas uma jovem de traços suaves, maquiada com delicadeza, usando luzes no cabelo e unhas pintadas de rosa-claro. Na tarde de ontem, ela se exibia, esbelta, em um vestido verde, da cor da esperança.

"Para poder levar uma vida normal, é preciso aceitar-se. Depois, tentar ser independente, o máximo possível. E, principalmente, agarrar todas as oportunidades"

O número
26 mil
Número de deficientes que concluíram o segundo grau no ano passado em Brasília

Para saber mais
A doença

A retinose pigmentar éprogressiva uma alteração hereditária rara. Nela, a retina degenera-se de forma lenta e progressiva, conduzindo, geralmente, à cegueira. A incidência é de um caso para cada 4 mil pessoas. Nela, as células sensíveis à luz (bastonetes) da retina, que são responsáveis pela visão quando há pouca claridade, degeneram gradualmente. Os primeiros sintomas costumam começar na infância. Aos poucos, verifica-se a perda profunda da visão periférica, aquela que permite enxergar mesmo o que não é o foco principal do olhar. Nas etapas finais da doença, o portador ainda conta com uma pequena área de visão central e um resto diminuto de visão periférica. Ainda não existe cura para a doença.
Fonte: Correio Braziliense

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Canteiro de arte

Texto Marilena Dêgelo Fotos Carlos Cubi e Lufe Gomes
Como melhorar a dura realidade de quem trabalha todos os dias carregando sacos de cimento, assentando tijolos e se arriscando em andaimes? Incomodados com o sofrimento dos empregados da construção civil, o arquiteto Arthur Pugliese, 35 anos, e o administrador de empresas Daniel Cywinski, também de 35, encontraram uma solução, a princípio utópica, durante viagem a Barcelona, na Espanha, em 1999. “Diante da arte de Gaudí, pensamos em desenvolver trabalho semelhante com operários nos canteiros de obras, aproveitando a grande quantidade de entulho”, diz Pugliese.

De volta ao Brasil, eles colocaram em prática a idéia que, em 2001, deu origem ao projeto ambiental, cultural e social Mestres da Obra. O principal objetivo da ação, que envolveu até hoje mais de 1.500 trabalhadores em São Paulo, é o resgate da autoestima deles por meio da arte. Com autorização de grandes construtoras, os dois amigos montam ateliês no canteiro de obras, que recebem 20 operários liberados por uma hora do trabalho durante um mês. Para isso, contam com uma equipe de seis pessoas.

Nas aulas, eles apresentam fotos de peças de artistas famosos para inspirar os trabalhadores na confecção de objetos, muitos feitos coletivamente. “Cada um contribui com o saber que traz de sua origem, a maioria do Nordeste. Eles aprendem a ver aquele material descartado com outro olhar e a valorizar o que fazem como obra de arte”, diz Cywinski, especialista em educação ambiental.

Reconhecida como organização de interesse público sem fins lucrativos, a Mestres da Obra conseguiu este ano o apoio de empresas como Duratex e Gerdau, com base na Lei de Incentivo Fiscal. Isso possibilitou ampliar o projeto para um circuito cultural com 12 ateliês que incluem a exibição de curtas- -metragens e peça de teatro interativa, com temas relacionados à realidade dos operários. “A experiência abre a cabeça e libera a sensibilidade deles, contribuindo para melhorar suas relações no trabalho e em casa”, afirma Pugliese.

As obras produzidas nos ateliês já participaram de mostras de arte e design dentro e fora do país. Hoje, 230 trabalhos fazem parte do acervo e ficam expostos na Galeria Mestres da Obra, inaugurada em 2008, no centro de São Paulo.
Fonte: Revista Casa e Jardim

A dança da diferença

Por Vera Ligia Rangel
Há 18 anos, a bailarina Dora Andrade criou um projeto de dança que revolucionou a vida de menores em condições desfavoráveis no Nordeste. O trabalho começou na comunidade do Morro de Santa Terezinha, no bairro Mucuripe, em Fortaleza, no Ceará. A escolha da região foi feita em função de um problema social que ganhava contornos maiores e mais assustadores a cada dia. “A cidade era recordista mundial em prostituição infantil e no morro foi detectada uma migração das crianças para a praia, um espaço de risco pessoal para elas nesse contexto”, diz a bailarina. “A dança ajudou as crianças a recuperarem a autoestima e terem outra perspectiva de vida”, diz.

Nos primeiros quatro anos de existência, a Edisca foi apoiada pelo Governo do Estado do Ceará. Depois disso, estabeleceu-se uma parceria importante com o Instituto Ayrton Senna, que possibilitou a ampliação da área pedagógica, artística e de gestão, e aumentou a rede de relacionamentos locais, nacionais e até internacionais da escola.

Em 1997, as lições de amor e de arte ensinadas na Edisca chamaram a atenção da equipe de Marie Claire. A revista publicou, então, uma matéria intitulada A Dança das Severinas, na edição 81, na qual foram relatadas histórias emocionantes das personagens que subiam aos palcos e davam vida e movimento a todo o aprendizado cotidiano. Pela matéria e pelas fotos, Marie Claire recebeu o Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo, um dos mais conceituados da área.

De lá para cá, a Edisca evoluiu muito e tornou-se um ponto de referênciano universo da educação. Além de aulas de balé clássico e da formação de um corpo de baile, a escola ofereceaos alunos curso de teatro, reforçoescolar, informações complementares àquelas oferecidas na escola, almoço, vale-transporte, figurino para as aulas e apresentações, e atendimento nas mais diversas especialidades médicas. Nesse ambiente acolhedor, as crianças ficam distantes dos focos de marginalidade durante o horário em que não estão na escola, podem ter uma profissão ou um hobby, viajar para outros países para apresentar suas coreografias, integrar-se totalmente à sociedade. “Amissão da Edisca não é formar bailarinos, mas principalmente oferecer uma educação de qualidade para crianças pobres”, diz Dora. “Queremos tornar os cidadãos sensíveis, criativos e éticos, por meio de uma pedagogia transformadora e centralizada na arte.”

A seleção é feita com crianças entre 8 e 12 anos, que permanecem em média cinco anos no local. Os menores, hoje, vêm ainda do Morro do Mucuripe e adjacências e de outras favelas de Fortaleza, como o Conjunto Palmeiras, Grande Bom Jardim e Morro do Dendê. Uma das exigências para participar da Edisca é estar matriculadona escola formal. Após a inscrição, o candidato passa por uma avaliação de coordenação motora, flexibilidade, concentração e lateralidade. A segunda etapa é denominada Colônia deFérias e nela as 150 crianças pré-selecionadastêm contato com a linguagem de teatro, dança e artes plásticas, e são avaliadas em seus aspectos pessoais,sociais, cognitivos e produtivos.

Atualmente, a Edisca tem capacidade para atender 400 crianças e adolescentes, além das 50 mães envolvidas no projetoVida Feminina, que visa ao fortalecimento do núcleo familiar e oferece oficinas profissionalizantes e alfabetização para adultos. O espaço físico cresceu muito e a escola hoje conta com duas salas de dança de 100m² cada; um ateliê de artes plásticas de 100 m²; um teatro para 250 pessoas, uma biblioteca com computadores e um acervo de 5 mil livros; quatro salas para oficinas de estudo; um refeitório; duas salas para cursos profissionalizantes e de capacitação; uma área de saúde com recepção e duas salas de atendimento; uma área de psicologia; salas de administração e casinha de bonecas. A escola funciona em dois turnos, manhã e tarde, paraatender aos alunos no horário complementar à escola.

Na opinião de Dora, os resultados sociais de todasessas oportunidades e estrutura já são evidentes na prática. “Eu tive a honra de conviver com grandes sábias,que tomaram para si o controle do seu destino, acreditaram ser possível entrar em uma faculdade pública, educar melhor seus filhos, agir de forma responsável e social com toda a sua rede de relações e fazer valer sua voz de cidadã”, diz.

A estudante de educação física e professora de dança da Edisca Tatiane de Jesus Gama, 27 anos, é um bomexemplo dessa trajetória. “Aos 8 anos eu tinha o grande sonho de ser bailarina, mas minha família não tinha condições de pagar uma escola de balé clássico pra mim. Na Edisca encontrei o caminho da auto confiança, aprendi a expressar meus sentimentos e a olhar o mundo com esperança e sem medo”, diz. A bailarina e estudante Jamila de Oliveira Lopes, 18 anos, é outra ex-aluna que teve a chance de sonhar com um futuro melhor. “Atravésda arte eu ganhei valores emocionais e fiquei mais forte. E isso eu carrego sempre comigo”, diz Jamila.

Para a realização e continuidade desse projeto artístico e educativo, a Edisca conta com doações de pessoas físicas ou jurídicas. Mais informações no site: www.edisca.com.br ou pelos telefones (85) 3278-1515 (85) 3278-1515 e (85) 3401-0000 (85) 3401-0000 .
Fonte: Revista Marie Claire

As lições que o circo ensina

Por Celso Masson
Isolado por canaviais, o bairro Campos Salles, em Barra Bonita, no interior de São Paulo, corria o risco de sumir do mapa. Abandonada, a antiga estação de trem fora ocupada por três famílias que a converteram em moradia. O mato cobria suas poucas ruas de terra e já ocupava os quintais das casas. Até a escola municipal, com uma quadra poliesportiva, deixara de funcionar. Mas, antes que definhasse de vez, o povoado ganhou um sopro de vida. Há dois anos, a pedagoga paulistana Heloísa Melillo levou à prefeitura de Barra Bonita o plano de transformar a escola desativada em uma Casa de Cultura e Cidadania. O modelo seria o mesmo implementado por ela pouco antes na Vila Guacuri, uma favela na divisa entre as cidades de São Paulo e Diadema. Com sinal verde da prefeitura, em dois meses, a escola foi recuperada. A quadra, coberta, virou um picadeiro para aulas de circo e de dança. Hoje, 1.026 crianças e adolescentes passam por lá ao menos duas vezes por semana. Elas podem escolher duas atividades, de um cardápio de dez que inclui música, dança, teatro, circo, ginástica e até a arte de contar histórias. Cada aluno ganha dois lanches por dia. “Mais que ensiná-los a fazer piruetas, o projeto busca desenvolver habilidades para os desafios da vida: superar limites, ter equilíbrio, flexibilidade e coragem para se arriscar”, diz Heloísa. Jéssica Celestino da Silva, de 13 anos, concorda: “O trapézio me obriga a ficar concentrada, a prestar mais atenção”. Jéssica faz aulas de circo e dança na Casa, onde vai quatro dias por semana, sempre depois da escola.

Mas não é só de pão e circo que vivem os alunos da Casa. Algumas das salas ganharam computadores equipados com softwares livres, nos quais é possível aprender “artes digitais”, um curso que inclui técnicas de edição de vídeos, animação e tratamento de imagem. “Aprendi a fazer animação com tiras de papel”, diz Lucas Murilo Laviso, de 12 anos. “Isso me ajudou a ver o mundo de um jeito diferente.” A mudança na percepção de Lucas é resultado de um dos dois objetivos do curso. Se, do lado prático, a Casa forma técnicos para trabalhar na área da cultura, que responde por 7% do PIB brasileiro, do ponto de vista humano essa formação ajuda os jovens a se reconhecer no mundo. Eles são incentivados a documentar cenas da família e do cotidiano para montar narrativas pessoais.

Para dar suporte teórico aos programas das Casas de Cultura e Cidadania, que hoje atendem um total de 5.528 alunos, Heloísa Melillo montou um corpo de 13 curadores, que acompanham os educadores de forma contínua. Cada educador passa por 120 horas de capacitação antes de iniciar as atividades.

Quando a reportagem de ÉPOCA visitou a Casa, mais de 400 crianças e jovens assistiam a uma mostra de trabalhos dos próprios alunos e de seus educadores. Uma crença do projeto é que o conhecimento aprendido deva ser compartilhado. “Antes, nós apenas exibíamos filmes. Agora, os alunos se apresentam, são os protagonistas”, diz a educadora social Elisangela Fernandes dos Santos, de 34 anos. “Além das mostras, montamos espetáculos em eventos fora da Casa.” O calendário é intenso. “Já me apresentei 17 vezes”, diz Lucas Bertucci, de 12 anos, que também estuda teatro em Igaraçu do Tietê, cidade vizinha a Barra Bonita. “Eu gostaria de ser ator, trabalhar na televisão.” Numa das apresentações mais difíceis da Casa, os alunos de dança convidaram colegas que frequentam as academias particulares da cidade para um espetáculo coletivo, apropriadamente batizado Entrelace. “O encontro serviu para reafirmar o espírito democrático da Casa”, diz a arte-educadora em dança Viviane Carrasco, de 38.

Uma das características que distinguem esse projeto de outros da mesma natureza é a ênfase na capacitação das famílias. “Nós preparamos o jovem para um trabalho mais qualificado e também estimulamos seus familiares em direção ao empreendedorismo, seja coletivo ou individual”, diz Heloísa. “Envolver a criança, sua família e a comunidade é um dos pontos-chave do projeto, que pressupõe apoderamento e autonomia.” Um grupo formado por pais e cuidadores dos alunos se encarrega de propor formas de geração de renda. Elas vão de hortas comunitárias até cooperativas de artesanatos vendidos em bazares. Ao mesmo tempo, os alunos e suas famílias são orientados a cuidar do ambiente. Reciclar o lixo, economizar água e eletricidade, plantar árvores e manter as ruas limpas são algumas das contrapartidas que o projeto prevê. “Com isso, Campos Salles passou a ser um bairro reconhecido pela cidade”, diz Heloísa. “Era um lugar esquecido e hoje é um polo de atração de investimentos e de políticas públicas.” Hoje, quem diz em Barra Bonita que é de Campos Salles consegue até crediário nas lojas da cidade, algo impensável há dois anos.

O principal apoiador do projeto, com investimento direto de quase R$ 3 milhões por ano, além de verbas de renúncia fiscal, é a companhia AES. Ela contratou uma consultoria para monitorar os resultados e a satisfação foi de 98%. Mais que ampliar a rede de Casas de Cultura e Cidadania, que já chegaram a sete cidades, Heloísa sonha agora com o dia em que as Casas já não precisem existir. “A gente luta diariamente para se tornar desnecessário”, afirma.
Fonte: Revista Época

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

21 dicas - Ações que você pode fazer e que farão a diferença

1. Evite luzes ou equipamentos ligados quando não necessário.

2. Desligue os equipamentos da tomada, ao invés de desligar apenas no comando. Os aparelhos em modo stand-by continuam consumindo energia.

3. Antes de comprar um novo equipamento, verifique a etiqueta de consumo de energia e o selo do PROCEL e escolha aquele que consome menos energia.

4. Substitua as lâmpadas incandescentes por lâmpadas econômicas. Dão a mesma luz, mas poupam 80% da energia elétrica utilizada, e ainda duram mais.

5. Não ligue a televisão só para servir de companhia, nem adormeça com ela ligada. Programe para que se desligue sozinha.

6. Reduza o tempo no banho - poupa água e ajuda a diminuir o consumo de energia.

7. Verifique as borrachas de vedação da geladeira e do forno – coloque uma folha de papel entre a borracha e a porta: se a folha ficar solta, a porta não está fechando de forma eficiente.

8. Na máquina de lavar roupa, evite a pré-lavagem, exceto quando a roupa está muito suja.

9. Ligue a máquina de lavar roupa e louça apenas com carga máxima: poupa água, energia e tempo.

10. Programe as definições do seu computador para ele se desligar automaticamente (hibernar) após um tempo sem ser utilizado.

11. Procure utilizar os transportes coletivos. E, para distâncias curtas, opte por se deslocar a pé ou de bicicleta.

12. Se for comprar um carro, escolha um modelo eficiente no consumo de combustível. Dê preferência aos modelos flex e utilize álcool sempre que possível. A quantidade de CO2 emitida pela queima do álcool pode ser considerada compensada pela fixada nas plantações de cana de açúcar.

13. Reduza a quantidade de sacolas plásticas nas suas compras, utilizando sacola de pano ou caixas plásticas reutilizáveis para compras maiores. Recuse embalagens em excesso.

14. Separe os resíduos orgânicos dos recicláveis (plásticos, vidros, latas, papéis), e os encaminhe para a reciclagem. Se tiver espaço no quintal construa uma composteira para produzir adubo com o lixo orgânico.
15. Compre móveis de madeira e madeira para construção certificadas para garantir que você não está contribuindo com o desmatamento da Amazônia.

16. Pressione o governo para que o cumprimento de políticas públicas que promovam a mitigação (diminuição das causas) e a adaptação aos impactos irreversíveis às mudanças climáticas nos diferentes setores, como energia, transporte, florestas, saneamento, produção agrícola e pecuária.

17. Reduza seu consumo de carne e de produtos de origem animal, pois a produção de qualquer tipo de carne tem muito mais impacto sobre o meio ambiente que a produção de vegetais. Se você ainda não parou de comer carne, pressione os supermercados que freqüenta para que exijam dos seus fornecedores um sistema de rastreamento que garanta que a carne que compramos não venha de área de desmatamento na Amazônia Legal.

18. Solicite aos supermercados, restaurantes e fornecedores de alimentos e insumos domésticos que disponibilizem produtos orgânicos ou com certificação de origem ou qualidade de gestão ambiental.

19. Exija desses supermercados a informação sobre a qualidade ambiental dos produtos.

20. Pressione as empresas de produtos eletroeletrônicos das marcas que você consome por produtos mais eficientes no consumo de energia e por informação sobre a eficiência energéticas dos produtos.

21. Pressione as empresas das marcas que você consome para que criem alternativas para que nós consumidores possamos mudar de forma mais significativa nossos hábitos de consumo.
Fonte: Ong Clima e Consumo

Veículos a diesel fabricados a partir de 2012 terão aditivo para reduzir emissões

O Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) e o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) fecharam um acordo nesta segunda-feira para a definição dos padrões que guiarão a produção, a comercialização e o uso de um aditivo que para reduzir as emissões de óxido de nitrogênio dos veículos a diesel.

Batizada de Arla 32, a solução aquosa de uréia será de uso obrigatório em todos os veículos a diesel fabricados a partir de 2012, conforme portaria publicada pelo ministério no ano passado.

De acordo com o coordenador de resíduos e emissões do Ibama, Paulo Macedo, a indústria já está se preparando para a introdução da nova tecnologia de motores que permitirá a utilização do aditivo. Os veículos terão um tanque separado para a solução e, sem ela, sofrerão uma perda de 30% no rendimento. A tecnologia já é usada na Europa.

Segundo Macedo, com o uso do Arla 32 as emissões de óxido de nitrogênio pelos veículos a diesel sofrerá uma redução de pelo menos 70%. O NOx é um dos poluentes cuja emissão é controlada pelo Proconve (Programa de Controle de Emissões Veiculares) e pode causar problemas respiratórios e cardíacos.

Pelo acordo, caberá ao Inmetro estabelecer os padrões que deverão regulamentar o produto. O instituto será responsável, entre outros, pela certificação de fabricantes e importadores e pela fiscalização do aditivo vendido em postos de gasolina e supermercados.
Fonte: Folha Online

Sacolinha "oxibio" ganha espaço no mercado

Material se degrada em apenas três meses, mas tecnologia é cercada de polêmica.

Lojas bastante conhecidas, como C&A, Riachuelo, Pernambucanas e Kopenhagen , passaram a adotar as sacolas oxibiodegradáveis - que se degradam mais rapidamente que as comuns, principalmente quando expostas ao sol.

Essas controversas sacolas são feitas a partir de combustíveis fósseis, como as convencionais - o que contribui para o aquecimento global -, mas recebem um aditivo que agiliza sua decomposição.

De acordo com Eduardo Van Roost, diretor da RES Brasil, empresa que produz o aditivo, as oxibiodegradáveis já tomam conta de cerca de 18% do mercado de sacolas e sacos. E, no mundo, são produzidas em um total de 92 países e "encontradas em muitos outros".

A sacola pode se desfazer em três meses - se estiver exposta a sol e calor - ou em 18 meses - se estiver guardada dentro de casa. As comuns levam dezenas de anos para desaparecer.

As empresas explicam nas próprias sacolas o motivo que as levou a adquirir as oxibiodegradáveis.

A Saraiva, por exemplo, escreve que a sacola é "ecologicamente correta" e que a empresa, dessa forma, ajuda "a preservar o meio ambiente".

A Fototica diz em seu saco plástico que "tem consciência da importância da preservação do meio ambiente". Também afirma que "o que antes levava 300 anos para se decompor" agora "passa a acontecer em bem menos tempo".

Apesar do sucesso no mercado, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) não têm grande simpatia pelas sacolas oxibiodegradáveis.

A Plastivida, entidade que representa a cadeia produtiva do plástico, também é contra. "A polêmica surge toda vez que aparece um produto novo. Mas o sucesso dos oxibiodegradáveis se deve à perseverança nos testes. Acho que não existe um material tão testado. E eles não mostram toxicidade do produto", diz Van Roost.

Ele ressalta que o aditivo está em conformidade com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e hoje é usado também em embalagens de alimentos, como os pães do grupo Bimbo (que inclui as marcas Pullman e Nutrella).

Segundo a empresa, os plásticos e aditivos desaparecem por completo e sobram da degradação apenas água, pequena quantidade de CO2 e biomassa. Porém, assim como ocorre em relação aos plásticos convencionais, se houver tintas ou pigmentos nocivos ao meio ambiente eles vão permanecer na natureza.

Fragmentação

A campanha do ministério Saco é um Saco diz algo diferente: que o plástico com aditivo "apenas se fragmenta em pedaços menores, muito mais difíceis de conter que um saco plástico inteiro". E podem, assim, acabar se depositando em rios, ingeridos por peixes e outros animais.

Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida, chama o material de "engodo". "As pessoas pensam que a sacola sumiu. Mas, na verdade, ela continua na natureza, fragmentada e espalhada. É uma poluição que não te agride, porque você não enxerga, mas é muito mais grave."
A RES Brasil afirma que interesses econômicos motivam as críticas às sacolas oxibiodegradáveis. Mas Esmeraldo diz que, como as sacolas usam praticamente o mesmo material (com exceção do aditivo), para o setor em si a sacola não traz prejuízo. "Somos contra porque sabemos que, daqui a alguns anos, o problema ambiental vai aparecer."

A Plastivida considera que um benefício real ao ambiente virá somente com a redução do uso de sacolas. As campanhas de conscientização dos consumidores têm dado resultados: em 2007 foram usadas 17,9 bilhões de sacolas. No ano passado, o número caiu para 15 bilhões. "Nossa expectativa é chegar aos 14 bilhões neste ano", diz Esmeraldo.
Fonte: O Estado de São Paulo

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Vai fechar a conta no banco? Veja como fazer para evitar problemas

Pedir o encerramento da conta por escrito e guardar o comprovante da solicitação são medidas importantes para se proteger de cobranças indevidas no futuro

Muita gente acha que se zerar o saldo e deixar de movimentar a conta bancária, ela será automaticamente fechada. Mas não é bem assim: o consumidor precisa solicitar que a conta seja encerrada, se não o banco vai continuar cobrando tarifas.

O pior é que esse desconhecimento pode acarretar muitos problemas, pois, se não houver saldo para cobrir as despesas, o correntista vai ficar em débito com o banco e poderá, inclusive, ter seu nome incluído em cadastros de inadimplentes.

Assim, para evitar qualquer dor de cabeça, o melhor a fazer é solicitar formalmente o encerramento da conta. Para isso, o Idec recomenda que o pedido seja feito por escrito em duas vias: uma fica com o banco e a outra, protocolada, com o ex-correntista. O documento servirá de comprovante da solicitação para resguardar o consumidor de futuras cobranças indevidas.

De acordo com as normas do Banco Central (resolução 2747/2000), feita a solicitação, a instituição financeira deve entregar ao consumidor um "termo de encerramento" com todas as informações relacionadas à conta a ser fechada e com o compromisso expresso de encerrar a conta em até 30 dias.

É importante lembrar que a conta não será encerrada enquanto existir saldo devedor ou débitos de obrigações contratuais que o correntista mantenha com o banco, cujos pagamentos estejam vinculados à conta que se pretende encerrar. Assim, se tiver alguma dívida com o banco, o consumidor deverá pagá-la primeiro. Além disso, deve suspender a realização de débitos automáticos e aguardar a compensação de cheques antes de fechar a conta.

A partir do pedido de encerramento, a instituição deve cessar a cobrança de tarifa de manutenção, podendo, no mês em que ocorrer a solicitação, cobrar tarifa proporcional ao tempo de utilização da conta.

Depois de concluído todo processo, o banco deve enviar aviso ao correntista, informando a data do efetivo encerramento da conta corrente.

Fecha a conta e passa a régua
Veja abaixo outras dicas importantes para encerrar a conta bancária:

Fecha a conta e passa a régua
Veja abaixo outras dicas importantes para encerrar a conta bancária:

1. A solicitação de encerramento pode ser feita em qualquer agência do banco de que o consumidor é cliente, não necessariamente na que a conta foi aberta.

2. Algumas instituições podem oferecer um formulário específico para o encerramento da conta. Nesse caso, solicite uma cópia. Mas, na dúvida, leve seu próprio documento com o pedido.

3. Além da carta, o consumidor deve levar as folhas de cheque e cartões relacionados àquela conta ao banco e solicitar que sejam destruídos (quebrados, rasgados) em sua presença.

4. Caso queira encerrar a conta mas manter o cartão de crédito vinculado à instituição financeira, o ex-correntista deve indicar essa intenção ao banco, que poderá aceitar ou não o pedido.

5. Caso tenha débito automático, é recomendável que o correntista vá, ao longo do mês, suspendendo os serviços assim que os pagamentos forem realizados.

6. Se não tiver tomado essa precaução antes de encerrar a conta, o consumidor precisa deixar saldo suficiente para cobrir o pagamento. O mesmo vale para cheque pré-datado.

Fonte: IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Entra em vigor norma que certifica fazendas de gado

Estão entrando em vigor as normas da Rede de Agricultura Sustentável (RAS), que estabelecem práticas responsáveis para a pecuária e permitirão a certificação socioambiental de fazendas de gado (boi e búfalo) em regiões tropicais.

A RAS é a primeira certificação independente para esse setor. Ela atesta a origem e a rastreabilidade do produto final (da carne, do leite ou seus derivados) do pasto à mesa do consumidor. O produto certificado pela Rede de Agricultura Sustentável poderá ser identificado pelo selo Rainforest Alliance Certified aplicado na embalagem e representa o compromisso do produtor com boas práticas ambientais e responsabilidade social.

“É também a primeira norma para a pecuária a seguir protocolos internacionais e garantir transparência e equilíbrio de participação entre sociedade civil e setor produtivo”, afirma o secretário-executivo do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Luis Fernando Guedes Pinto. O Imaflora é a única instituição brasileira apta a representar a Rede de Agricultura Sustentável.


Certificação - Para ser certificada, uma propriedade rural é submetida a uma rigorosa auditoria, baseada no cumprimento de requisitos sociais e ambientais previstos na RAS. Entre eles, estão:

A comprovação de que na fazenda não há desmatamento, nem destruição de ecossistemas de alto valor de conservação;

Identificação individual do animal (com chip ou brinco), de maneira a permitir sua rastreabilidade do nascimento ao abate;

Permanência do animal na propriedade certificada por, pelo menos, seis meses. O empreendimento deve comprovar vacinas e boa saúde do animal;

Adoção de medidas para reduzir a emissão de carbono (como a presença de árvores no pasto para capturar CO2 e medidas que facilitem a digestão de alimentos para reduzir emissões;

Comprovação de que não há trabalho infantil;

Comprovação de que não há trabalho forçado;

Comprovação de que não há discriminação de qualquer tipo;

A indústria (frigorífico e demais etapas da cadeia produtiva) também é submetida à auditoria pelo Imaflora e deve comprovar que o produto embalado, que será enviado aos fornecedores, é aquele que foi avaliado em seu local de origem.


As normas para pecuária são resultado de um amplo processo, desenvolvido ao longo de um ano e meio, em que, por meio de consultas públicas presenciais ou eletrônicas, foram colhidas sugestões de todos os representantes da cadeia produtiva da pecuária (produtores, frigoríficos, ONGs, representantes de sindicatos patronais e de trabalhadores, entre outros) de mais de 130 organizações de 34 países.

Antes de serem validadas pelo Comitê Internacional de Normas da RAS foram testadas em campo, na Austrália, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Quênia e Nicarágua. Confira a íntegra da RAS no site http://www.imaflora.org/
Fonte: Sociedade Sustentável Portal Terra

Efeito estufa: Terra retém por segundo energia equivalente a 10 bombas atômicas

A concentração de gases de efeito estufa na atmosfera está alterando o equilíbrio dinâmico do planeta. A energia do sol que chega à Terra tem de ir embora, mas não é bem isso o que está acontecendo. “A elevada concentração de gases estufa como óxido nitroso, metano e CO2 está levando o planeta a reter 1,6 watt de energia por metro quadrado. Quando você olha para esse número, parece pouco, mas quando multiplicado pela área do planeta (510,3 milhões km2), verifica que a ordem de energia retida por segundo equivale à explosão dez bombas atômicas do porte da lançada em Hiroshima em 1945”, explica o explica o pesquisador Enéas Salati, presidente da Fundação Brasileira de Desenvolvimento Sustentável (FBDS).

As informações foram dadas pelo pesquisador durante seminário promovido pelo Instituto de Estudos Avançados da USP sobre Forças de Transformação do Equilíbrio Dinâmico dos Ecossistemas Amazônicos e seu Papel Climático. Segundo Salati, cerca de 80% da energia solar que entra no planeta é retida pelos oceanos. “Ela é usada, por exemplo, para promover a evaporação. São necessários 500 gramas de calorias para a evaporação de cada grama de água”, explica.

Mais vapor de água implica aumento da umidade absoluta do ar. Quando esse vapor condensa para formar nuvens, há liberação de energia, o que leva atmosfera a ficar mais dinâmica, explica o especialista. “Com isso, a tendência é da se verificar fenômenos extremos mais freqüentes, como ventos e furacões mais intensos”, diz Salati.
Fonte: Sociedade Sustentável Portal Terra

"Mobilidade rurbana"

Enquanto as grandes cidades já não dão conta de congestionamentos estressantes e antieconômicos, o campo vem recuperando terreno graças a programas como os de agricultura familiar e de biocombustíveis. O descompasso entre os avanços na sustentabilidade rural e a falta de projetos para reduzir a poluição urbana nos obrigam a buscar um ajuste cidade-campo mediante uma política de “mobilidade rurbana”. Trata-se de uma evolução no sentido de enfocar convenientemente o problema urbano brasileiro em suas dimensões ambientais, econômicas, sociais e tecnológicas.

Para começo de conversa, temos enormes vantagens comparativas em relação ao resto do mundo no quesito sustentabilidade ambiental. O País conta com mais de 60% de cobertura florestal, recicla quantidade razoável do lixo que produz, é líder na produção de biocombustíveis e sua matriz energética possui 50% de fontes renováveis de energia, como a biomassa e a hidroeletricidade.

Entre as lições de casa que falta fazer, é primordial zerar o desmatamento na Amazônia. Aos olhos do mundo inteiro, o verde amazônico é nosso maior ativo ambiental. Livre de aspectos clandestinos recorrentes, o agronegócio brasileiro pode continuar crescendo a partir da transformação de pastagens degradadas em lavouras tecnicamente bem conduzidas. Nossa agropecuária tem condições de ser não apenas a mais dinâmica, mas a mais sustentável do globo.
Já nos grandes centros urbanos, o combate à poluição depende sobretudo da implantação de sistemas racionais de transporte coletivo, de forma a reduzir o uso de veículos individuais em deslocamentos urbanos e interurbanos. Nesse sentido, o trem-bala no eixo Campinas-São Paulo-Rio pode se tornar um novo paradigma a partir de 2016, quando o Brasil sediará as Olimpíadas.

Ainda que sua implantação seja onerosa, inovações como o trem-bala precisam apresentar alto rendimento ambiental e baixo custo operacional, combinação que depende essencialmente da forma de energia adotada. Nenhuma estratégia de “mobilidade rurbana” pode almejar o sucesso se não tiver como meta livrar as populações urbanas e rurais dos males da poluição, latu sensu.

Além de estresse, os congestionamentos causam acidentes e perdas cumulativas de tempo no trânsito. Nos grandes centros, uma pessoa fica em média 20 horas por semana dentro de veículos de transporte público. Fonte de doenças das vias respiratórias, entre outros problemas de saúde pública, a poluição do ar pela queima de combustíveis fósseis vem sendo incentivada – é preciso reconhecer – pela política industrial pró-fabricação e venda de automóveis. Aí está a maior contradição da nossa urbanização desenfreada.

Se quisermos que o Brasil seja um verdadeiro exemplo mundial de sustentabilidade, não basta defender o uso mais racional do transporte individual nos grandes centros. A simples substituição do óleo diesel pelo etanol nos ônibus urbanos poluiria 90% menos. Deslocando-se em corredores exclusivos, como já ocorre em algumas capitais, os coletivos podem tornar-se um serviço público eficiente, limpo e atraente.

Para aliviar a atmosfera de nossas comunidades urbanas, a indústria deve desenvolver motores de média e grande potência, para ônibus e caminhões, mais adaptados à combustão do etanol e ao diesel de cana. Os motores desenvolvidos no final da década de 1970 para consumir álcool, e mesmo os recentes motores flex ou bicombustíveis, devem ser aprimorados para render mais na combustão de renováveis.

De pouco adiantará construir a agropecuária mais sustentável do mundo se o Brasil não encarar o supremo desafio de reduzir seus índices de poluição e os recordes de congestionamentos nos grandes centros. Aos governos cabe não apenas formular políticas eficazes de "mobilidade rurbana", o que inclui a criação de incentivos, mas dar o exemplo em todas as suas instâncias operacionais.

E isso é só o começo de um esforço para legar um País melhor para os nossos descendentes.

Fonte: Sociedade Sustentável Portal Terra

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Começa a era da inovação verde

A cada dia, surgem novas ideias e tecnologias cujo objetivo é um só: criar produtos e serviços ambientalmente sustentáveis, capazes de melhorar a saúde do planeta. Mas, afinal, por que ainda não nos deparamos com uma verdadeira onda de produtos e serviços inovadores que consigam de fato cumprir essa promessa? Por que não temos uma grande quantidade de companhias ambientalmente corretas buscando o sucesso no longo prazo? E por que ainda estamos tão distantes das condições ideais para estabelecer o paradigma de uma economia verde?

A resposta começa por uma lição simples: boas ideias e tecnologias não são suficientes. A chave para fazer com que as inovações verdes sejam duráveis e relevantes é torná-las lucrativas e atraentes para o mercado. Para serem bem-sucedidas, as “greenovations”, como nós as chamamos, têm de ser financeira e economicamente viáveis e mensuráveis. Do contrário, as boas ideias não conseguem ir além do fato de serem, tão-somente, boas intenções.

No livro Greenovate! (publicado recentemente nos Estados Unidos e ainda sem previsão de lançamento no Brasil), nós, do Centro para Inovação, Excelência e Liderança da Hult International Business School (IXL Center), selecionamos as ideias que realmente cumprem a promessa de gerar resultados financeiros e ambientais ao mesmo tempo – ou que pelo menos parecem ter potencial para isso. Compilamos histórias e aprendemos as lições da sustentabilidade a partir do esforço de líderes, empresas, ONGs e governos de todas as partes do mundo. Os casos nos mostram que existem maneiras inovadoras de se fazer dinheiro ao mesmo tempo em que se faz a diferença. Maneiras de manter o ideal de um planeta mais limpo por meios que atendem às nossas necessidades de pagar as contas do dia a dia. Imagine...

E se pudéssemos difundir as inovações verdes para países em desenvolvimento, onde há oportunidades de melhoria na saúde, na distribuição de riquezas e no ambiente para as pessoas na base da pirâmide?

Algumas empresas estão trilhando esse caminho por meio de inovações que atendem às necessidades do mundo emergente, protegem o meio ambiente e, ao mesmo tempo, dão lucro. Uma delas é a norte-americana Empower Playgrounds, que está ajudando a iluminar vilarejos do interior da África por meio de uma tecnologia que converte playgrounds infantis em fontes de energia suficientes para abastecer lanternas e luminárias. Outra é a Grameen Danone, que vem enfrentando o problema da fome em Bangladesh por meio de pequenas fábricas de iogurte ecológico – que não só geram muitos empregos como também dão um bom lucro. Já a Bloom Energy fornece pequenos geradores movidos a célula de combustível que são capazes de abastecer famílias inteiras em locais que ficam distantes dos grandes centros urbanos. Enquanto isso, a Olam, de Cingapura, procura atrair os interesses do capital privado, de instituições públicas e de pequenos agricultores. O resultado desse modelo de negócios é um novo e revolucionário sistema de mercado que eleva a quantidade e a qualidade da produção de um insumo básico, o arroz, ao mesmo tempo em que multiplica a renda dos produtores agrícolas.

E se encontrássemos novas maneiras de criar energia alternativa, reduzindo dramaticamente a nossa dependência em relação aos combustíveis fósseis, que são poluentes e caros?
Alguns avanços tecnológicos vêm tornando a energia solar cada vez mais acessível em termos de custo e flexibilidade de uso. A Energy Innovations, da Califórnia, criou uma tecnologia que reduz dramaticamente o custo da captação solar. Já a Nanosolar e a Konarka estão desenvolvendo novas maneiras de produzir células fotovoltaicas. São soluções simples e com grande potencial para mudar os atuais paradigmas do mercado energético. É claro que muitas dessas inovações estão restritas a um grupo de empresas que dominam tecnologias de ponta. Mas isso não significa que a nova energia será um privilégio dessa pequena elite. Há várias companhias desenvolvendo soluções promissoras, mas com baixa intensidade tecnológica. Na África, por exemplo, temos a Empower Playgrounds (citada na página anterior) e também a Nov Mono, uma companhia australiana que utiliza a energia solar e cinética para abastecer um sistema que leva água potável a vilas carentes no interior do continente.

E se reciclássemos os resíduos dos nossos processos industriais, transformando em matérias-primas ou em combustíveis eficientes todo aquele lixo que hoje é jogado nos milhares de aterros sanitários que cobrem o nosso planeta?

Nesse quesito, poucas companhias são tão bem-sucedidas quanto a Patagonia e a Terracycle. Ambas atingiram um patamar invejável: quase todas as suas matérias-primas vêm de insumos reciclados e de baixíssimo custo. O curioso é que, enquanto a Patagônia se tornou uma referência no mercado de vestuário esportivo, a Terracycle se destacou no setor de embalagens. Outro caso interessante é o da Greenbox, que oferece caixas rígidas, produzidas a partir de plástico reciclado, para quem deseja fazer mudanças de forma mais organizada e prática – e sem recorrer às velhas e frágeis caixas de papelão descartável. Na Indonésia, a Don Bosco transforma óleo de cozinha usado em um inusitado combustível para ônibus. Já a Big Belly desenvolveu uma lata de lixo inteligente, movida a energia solar, que compacta os dejetos e ajuda a reduzir os custos dos sistemas de recolhimento de lixo urbano. Isso sem contar a PFNC, cujo modelo de negócio se baseia na reciclagem de contêineres.

E se parássemos para refletir sobre a maneira como usamos a energia e buscássemos novas formas de reduzir os enormes desperdícios causados por sistemas ineficientes e desleixados? E se encontrássemos novas maneiras de racionar o uso da energia, tornando-o mais eficiente e menos custoso?

Recentemente, a canadense Bombardier deu início a um ambicioso projeto para desenvolver meios de reduzir o consumo de combustível em aeronaves. A gigante da logística UPS vem trilhando um caminho semelhante: com uma simples mudança na forma de aterrissar seus aviões, a empresa conseguiu economizar combustível e diminuir a poluição sonora. A Toyota desenvolveu o Prius, o primeiro automóvel movido tanto a energia elétrica quanto a gasolina comum – o que deu origem ao mercado global de veículos híbridos. Enquanto isso, a Tesla obtém avanços importantes na criação de um mercado para automóveis totalmente elétricos e é seguida de perto pela Bosch e pela Better Place, que desenvolvem meios complementares de maximizar o rendimento desse tipo de automóvel. Correndo por fora, a BAE Systems gerou grande repercussão ao estender a tecnologia de motores híbridos para veículos grandes – tais como ônibus urbanos. A ação “Um Laptop por Criança” e a Tesco, ainda que envolvidas em áreas diferentes, vêm realizando esforços para redução de custos e utilização de energia na cadeia de produção de suas redes.

E se melhorássemos os processos relacionados à agricultura e à produção de alimentos, tornando a comida acessível e o cultivo, sustentável? E se reduzíssemos a geração de resíduos a níveis nunca vistos?


Criar e consolidar altos padrões de produção agrícola, capazes de aumentar a produtividade nas lavouras existentes e preservar florestas tropicais, é a contribuição da Rainforest Alliance. No Paquistão e na Índia, as fazendas-escola da Ikea educam os produtores de algodão para que eles adotem métodos de cultivo mais baratos e menos tóxicos, preservando a base de sua cadeia de produção – a terra. Os sistemas de gotejamento da Netafim proporcionam incríveis economias de água ao mesmo tempo em que melhoram a qualidade da irrigação em grandes lavouras. A norte-americana Dairyland Power foi a primeira a converter lixo em energia para a produção agrícola, enquanto a BP Energy India adotou um modelo de negócios inovador que permite distribuir sistemas de cozimento sustentável nos mais longíquos cantos da zona rural da Índia.

E se criássemos materiais de construção mais eficientes e ambientalmente corretos, atacando, assim, uma das principais fontes de emissões de gases estufa e resíduos sólidos que existem atualmente?

Do planejamento à execução, algumas iniciativas vêm gerando grandes avanços nos índices de consumo e desperdício da construção civil. O grupo LEED, por exemplo, detém um processo de certificação que premia as construtoras por empreendimentos e estruturas ambientalmente corretos. Ainda que atuem em mercados diferentes, a Axion e a Walltech conseguiram reduzir seu volume de resíduos ao mesmo tempo em que elevaram o desempenho de materiais e processos empregados nas obras. Já a torre do Bank of America, construída recentemente, reflete uma decisão do banco de estabelecer padrões verdes para a construção de arranha-céus. As tecnologias utilizadas não só minimizam a pegada carbônica da empresa como aprimoram a operação do prédio em si.

E se adotássemos sistemas mais inteligentes para conservar a energia, obtendo reduções no custo de geração e nos volumes de emissão de carbono?

Hoje, com o poder de análise permitido pela informática, temos condições de encontrar oportunidades inéditas de melhoria no uso de energia – e em áreas até então inimagináveis. As possibilidades são quase infinitas e, além de gerar ganhos ambientais, rendem excelentes fontes de receita e lucro. As norte-americanas Cisco Energywise, Oberlin College e Progressive Insurance são bons exemplos: embora atuem em áreas bastante distintas, elas adotaram meios de informar o montante de energia que cada cliente utiliza – o que gera um estímulo contundente para o uso racional. Em uma escala muito maior, há o programa E-Street, lançado pela cúpula da União Europeia. Beneficiado pela visão de líderes de governo que financiam um grande número de agentes privados, o E-Street vem difundindo iniciativas verdes com potencial para conter e até mesmo solucionar os grandes problemas causados pelas mudanças climáticas.
Fonte: Amanhã

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Assédio Moral no Trabalho: o que a vítima deve fazer?

O que a vítima deve fazer?

•Resistir: anotar com detalhes toda as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário).

•Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.

•Organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa.

•Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical.

•Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo.

•Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instancias como: médicos ou advogados do sindicato assim como: Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina (ver Resolução do Conselho Federal de Medicina n.1488/98 sobre saúde do trabalhador).

•Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.

•Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania.
Importante:

Se você é testemunha de cena(s) de humilhação no trabalho supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser "a próxima vítima" e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!

Lembre-se:

O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas vexatórias e constrangedoras, explicitando a degradação deliberada das condições de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. A batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a auto-estima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos representantes dos trabalhadores do seu sindicato, das CIPAS, das organizações por local de trabalho (OLP), Comissões de Saúde e procura dos Centros de Referencia em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação em matéria de Emprego e Profissão que existem nas Delegacias Regionais do Trabalho.

O basta à humilhação depende também da informação, organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja "vigilância constante" objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito ’ao outro como legítimo outro’, no incentivo a criatividade, na cooperação.

O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.
Fonte: ONG Assédio Moral

A criação das polícias penitenciárias

Na esfera do aumento da segurança pública, tema muito citado nas discussões políticas, surge a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 308/04, que tramita na Câmara dos Deputados, e institui a Polícia Penitenciária estadual e federal.

E o que vem a ser a polícia penitenciária?

De acordo com a PEC 308/04, são “instituições nas esferas federal e estadual, destinadas a assumir os encargos de guarda, escolta e recaptura de presos condenados ou custodiados pela Justiça.”

Dessarte, terão como atribuição supervisionar e coordenar as atividades ligadas à segurança interna e externa dos estabelecimentos penais; promover, elaborar e executar atividades policiais de caráter preventivo, investigativo e ostensivo, que visem a garantir a segurança e a integridade física dos apenados, custodiados e os submetidos às medidas de segurança, bem como dos funcionários e terceiros envolvidos com o Sistema Penitenciário.

Ademais, poderão também diligenciar e executar, junto com os demais órgãos da Segurança Pública, atividades policiais que visem à efetiva recaptura de presos foragidos das unidades penais; promover, elaborar e executar atividades policiais de caráter preventivo, investigativo e ostensivo que visem a coibir o narcotráfico direcionado à unidades prisionais; promover a defesa das instalações físicas das unidades prisionais; e, por fim, desempenhar atividades correlatas.

A ideia tem como objetivo aperfeiçoar a segurança pública, desonerando as polícias civil e militar das atividades carcerárias. Com efeito, consta da PEC que “tais encargos são extremamente prejudiciais para a eficácia do sistema de segurança pública como um todo, já que imobiliza na guarda de presos os policiais que deveriam estar provendo a segurança da população, em atividades de policiamento ostensivo ou na apuração das infrações penais cometidas.”

Além disso, fica evidente que os agentes penitenciários terão mais poder e autonomia no exercício de suas funções. Assim, constituir-se-ão os Departamentos de Polícia Penitenciária, que serão dirigidos por funcionários de carreira da Polícia Penitenciária que tenham diploma de nível superior, experiência prática na área de segurança penitenciária, conduta ilibada e, ainda, estejam no último nível da carreira de Policial Penitenciário.

Dito isso, vale dizer que não há consenso sobre alguns pontos, existindo substitutivo para ser votado; com isso, a PEC será bem discutida, por enquanto, antes de assumir sua forma final.
Fonte: Direito Net

Qualificação profissional do réu não serve para aumento da pena

A determinação da pena é um procedimento que segue etapas específicas e lógicas, devendo ser fundamentada. A simples qualificação profissional do réu não pode ser uma causa para aumentar a pena. Esse foi o entendimento da ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora do habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em que o réu, por ser motorista profissional, foi condenado a pena de um ano e quatro meses de prisão por lesão corporal.

No caso, um motorista de ônibus foi acusado de cometer o crime previsto no artigo 303, parágrafo único, do Código Brasileiro de Trânsito (CBT), que define a lesão corporal culposa na direção. O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) determinou a pena acima do mínimo previsto na lei, considerando que o veículo era conduzido de modo imprudente e a conduta seria agravada pelo fato de o condutor ser um motorista profissional. A defesa do acusado entrou com recurso no TJPB, mas este foi negado.

No recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi pedida a redução da pena, alegando-se haver ocorrência de bis in idem (duas condenações ou imputações de pena pelo mesmo fato). Também se afirmou que a pena foi aumentada apenas pelo fato de o réu ser motorista profissional.

Em seu voto, a ministra Maria Thereza de Assis Moura considerou que o entendimento do STJ é que o habeas corpus não pode ser usado para redimensionar a pena se envolve reexame de material fático-probatório. Entretanto, a magistrada considerou que, no caso, teria ocorrido uma ilegalidade e que seria possível corrigi-la.

A ministra afirmou não haver razão para o aumento da pena e apontou que a jurisprudência do STJ é no sentido que não pode haver incerteza ou vagueza na fixação de penas. O TJPB teria se referido apenas ao tipo penal e à qualificação do réu, não tendo fundamentado a fixação da pena. Com essas considerações, ela diminuiu a pena para oito meses, sendo sua decisão acompanhada por todos os ministros da Sexta Turma.
Fonte: Direito Net

País terá em 2011 R$ 200 mi para ações de combate a mudanças climáticas

Ações destinadas a reduzir os impactos e a promover adaptações às mudanças climáticas poderão contar com R$ 200 milhões em 2011, segundo a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Branca Americano. Os recursos fazem parte do Fundo Nacional sobre Mudanças Climáticas.

De acordo com a apresentação de Branca na 2.ª Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid 2010), 60% do recurso virá da participação do petróleo. “O dinheiro já existia e a lei do petróleo sobre impactos ambientais o direcionou para o fundo", diz. Segundo a secretária, o comitê gestor do fundo será instalado ainda este ano.

O Fundo Clima foi criado no final do ano passado e é o primeiro do mundo a usar recursos do petróleo no combate às mudanças climáticas. Com um orçamento que poderá chegar a R$ 1 bilhão por ano, ele deve direcionar os recursos para pesquisas e ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, ajudando regiões vulneráveis, como o semiárido, que sofre com a seca, e os litorais.
Fonte: Portal Terra

Plastivida alerta para importação de lixo contaminado

A Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos alerta a população para os riscos da chegado ao País de lixo contaminado com os dizeres ”polímeros de etileno para reciclagem” ou “resíduos plásticos”. Para a organização, esse tipo de problema poderia ser evitado se o Brasil contasse com uma estrutura eficiente de coleta seletiva destinada ao abastecimento da indústria que utiliza plásticos como matéria-prima. Conforme a Plastivida, todos os plásticos (inclusive o isopor, sacolinhas, embalagens metalizadas, PVC etc) são 100% recicláveis.

De acordo com o presidente do instituto, Francisco de Assis Esmeraldo, é a falta de coleta seletiva e, portanto, de matéria-prima a ser reciclada que abre espaço para a importação ilegal de lixo no Brasil. A Plastivida acredita que somente a combinação da educação ambiental da sociedade e da ação do poder público poderá solucionar a questão do lixo e garantir a melhoria nas condições de vida e saúde do País.

O instituto, que acompanha a questão da reciclagem e da destinação do lixo no Brasil, informa que a reciclagem de plásticos tem crescido no País a uma taxa de 13,7% ao ano. O Brasil recicla cerca de 21% de sua produção de plásticos (962.566 toneladas no último ano) ante 31% da Alemanha (recordista em reciclagem no mundo). O faturamento das 780 indústrias de reciclagem em 2008 chegou a R$ 1,8 bilhão e a quantidade de empregos diretos a 20 mil, segundo a organização.

O alerta da instituição sobre a importação de lixo contaminado se deve à apreensão no dia 17 pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) de 22 toneladas de lixo doméstico no Porto de Rio Grande (RS), proveniente de Hamburgo, na Alemanha.
Fonte: Portal Terra

Observatório na Amazônia vai estudar trocas gasosas na atmosfera

Está previsto para começar a operar no próximo ano o Observatório Amazônico de Torre Alta (ATTO) que vai estudar e modelar as trocas gasosas na atmosfera. O projeto é resultado de parceria entre Brasil e Alemanha. No plano nacional estão envolvidos o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e a Universidade do Estado do Amazonas. Do lado alemão, o Instituto Max Planck de Química.

O ATTO vai estudar os processos de formação das nuvens e o regime de chuvas, que é influenciado pelas trocas gasosas entre a atmosfera e a floresta (biosfera) por meio de aerossóis (partículas de origem anorgânica ou orgânica). O laboratório terá uma torre de 320 metros, que será instalada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, no interior do Amazonas. O observatório está sendo implementado, mas requer enorme logística como instalação de laboratórios, moradias, sistema de energia e meios de acesso ao local.

A unidade de pesquisa vai funcionar 24 horas por até 30 anos. Segundo o pesquisador do Max Planck Jochen Schöngart, o ATTO, além de atingir uma maior área, diferente das torres pequenas do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), fornecerá dados mais confiáveis sobre os serviços ambientais prestados pela floresta Amazônica e sua interação com a atmosfera.

“A vantagem dessa torre é o alcance na camada limite atmosférica, com isso vai obter um sinal muito estável, não sofrerá tanto as variações de dia e noite. O problema dessas pequenas torres é essa variação de dia e noite. À noite, as turbulências na floresta são muito baixas, o gás carbônico não é mais visível no fluxo vertical”, diz Schöngart.

De acordo com o coordenador do projeto pelo lado alemão, Jürgen Kesselmeier, o ATTO vai criar um vínculo entre os dados obtidos na terra e observações obtidas por meio de sensores nos satélites, além de um monitoramento por décadas. Um projeto complementar ao ATTO, o Claire, vai fornecer informações sobre o processo de oxigenação dos radicais na atmosfera. O Claire terá duas ou três torres, com alturas de 60 a 80 metros, e ficará localizado na mesma área do ATTO.

As medições dos gases serão em tempo real. Um das torres terá um elevador anexado, com um laboratório completo, que se moverá 24 horas verticalmente, com a velocidade aproximada de 2 a 4 metros por minuto. O coordenador Kesselmeier compara os radicais como “detergente da atmosfera”, responsável pela limpeza. Ele cita o exemplo do radical hidróxido, que pode afetar o metano. São gases que limpam a atmosférica.
Fonte: Portal Terra

A pecuária e o desenvolvimento responsável

Vai entrar em vigor, na primeira semana de setembro, a Norma para Sistemas de Produção Pecuária da Rede de Agricultura Sustentável (RAS), um padrão socioambiental que será utilizado para fins de certificação. Essa norma foi desenvolvida por meio de um processo de consultas públicas internacionais e será aplicada à produção de gado bovino e bubalino, de corte e leite, em sistemas extensivos e semi-extensivos.

O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) foi quem coordenou, no Brasil, o processo de consultas, audiências públicas e discussões para a posterior definição dos critérios estabelecidos na norma sobre pecuária da Rede de Agricultura Sustentável (RAS).

A norma para pecuária vinha sendo discutida desde 2009 seguindo protocolos internacionais regulamentados pela Iseal Alliance (International Social and Environmental Accreditation and Labeling), que inclui aspectos dos manejos do rebanho e das pastagens, do bem-estar animal, da emissão de carbono e de requisitos ambientais adicionais aos já aplicados pela norma para a RAS. Esses critérios serão somados aos já existentes, como tratamento justo e boas condições de trabalho, conservação de ecossistemas, utilização racional de recursos hídricos, descarte correto de resíduos, entre outros.

Mudança - A pecuária bovina é uma das atividades mais importantes do País, ocupando cerca de 211 milhões de hectares. Nos últimos anos, o setor vem recebendo duras críticas por causa do seu sistema de produção e questionamentos quanto a desmatamentos ilegais e ao cumprimento de sua responsabilidade socioambiental.

O mundo pede por produção responsável e o setor pecuário, que passou a ser apontado como grande vilão do meio ambiente, acusado de desmatar florestas, promover queimadas e submeter seus trabalhadores a condições degradantes de trabalho, se está organizando para propor soluções às questões levantadas.

Ações – A população percebe que o consumo, além de proporcionar determinado prazer, financia todo um modelo de produção. Por isso, busca saber se o produto que está adquirindo está comprometido com crimes ambientais, fundiários ou trabalhistas.

No fim do ano passado, o Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) procurou os maiores frigoríficos do País e sugeriu que assinassem um documento se comprometendo a não comprar gado de fazendas que comprovadamente desrespeitavam a legislação ambiental. Esse foi o primeiro passo para alertar e despertar tanto empresas do setor frigorífico, do varejo e da fabricação de artigos que utilizam subprodutos bovinos como matéria-prima, quanto consumidores sobre o problema e buscar possíveis soluções para essas questões.

Também em 2009, quatro dos maiores frigoríficos do País assinaram um pacto denominado Desmatamento Zero que prevê, entre outros, o fim da derrubada de árvores, a rejeição de situações sociais degradantes, a adoção do sistema de rastreabilidade da produção e o compromisso de, em cinco anos, apenas comprar gado de fornecedores legalizados. Mas esse é apenas o começo de um longo caminho, pois ainda não garante que o produto que chega ao consumidor não seja fruto de infração ambiental ou social.

Certificação - Além de assinaturas de pactos e acordos, outra alternativa para diferenciar produtos e evidenciar boas práticas no campo é a certificação socioambiental. O mecanismo se baseia em normas internacionais reconhecidas, a adesão a ele é voluntária e o consumidor final pode diferenciar o item por meio de um selo estampado no produto.

O mercado tem reconhecido essas diferenças, dando preferência de consumo ou pagando um prêmio para os itens certificados. Isso já ocorre com café, cacau, chá, uva e outras frutas. Outra tendência do mercado, frente aos produtos certificados, é a adesão ou o compromisso que grandes grupos consumidores, sejam redes de supermercados ou processadores, assumem publicamente de negociar produtos certificados associando o selo e a mensagem que eles trazem aos valores desses grupos.

O setor produtivo é beneficiado pelo reconhecimento mundial e pela agregação de valor ao seu produto, enquanto o consumidor tem a oportunidade de contribuir para mudanças positivas no campo, quando escolhe produtos certificados com o selo socioambiental.

Existem algumas iniciativas e normas socioambientais para a pecuária em processo de desenvolvimento e cabe à sociedade se informar sobre a forma de desenvolvimento desses padrões e participar ativamente deles, para garantir a transparência e credibilidade do processo, assim como expressar e imprimir o que é esperado e o que não será aceito como prática na cadeia produtiva da carne.
Fonte: Portal Terra