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O lado bom dessa novidade está no fato de podermos contar agora com a politização - no bom sentido, é preciso que se diga - de um tema que se torna cada vez mais importante na construção do futuro do país e da humanidade. O que se espera é que essa boa nova passe a contaminar também as demais plataformas de campanha ao cargo máximo do país. Teremos assim um espaço aberto para discussões, mas, sobretudo, para a construção de condições que garantam um crescimento econômico com sustentabilidade, de tal forma a não comprometer a sobrevivência de gerações futuras.
Diferentemente do que aconteceu no passado na história da humanidade, nos casos de verdadeiros colapsos de sociedades específicas - e estamos nos referindo tanto a um passado longínquo como também ao mais próximo -, hoje, temos conhecimento e noções claras das consequências dos nossos atos e práticas em relação ao meio físico em que vivemos. Se desmatamos, degradamos o solo e produzimos gases que contribuem para o aquecimento global, sabemos quais são os resultados em termos de impactos negativos. Não seria o caso, por exemplo, da sociedade dos Maias na América Central, que sucumbiram mais pela forma predatória como construíram o seu império do que pela brutalidade da invasão dos espanhóis; como também a sociedade avançada dos anasazi no sudoeste dos Estados Unidos - Chaco Canyon -, por volta de 1.300, que devastou suas florestas e produziu desertos. Ambos os casos tão bem demonstrados pelo cientista Jared Diamond em seu livro Colapso (Editora Record, 2009). Já o caso mais atual é o do Haiti.
O que a história nos ensina é que a maioria dos "colapsos" de sociedades teve como causa fundamental problemas relativos à questão ambiental, principalmente aqueles relacionados ao esgotamento das condições de oferta de alimentos e de energia. Em contrapartida, os casos de sucesso, que infelizmente são encontrados em menor número, são explicados exatamente pelo cuidado no trato com a natureza, em especial com as florestas e com a água. O caso do Japão talvez seja o mais emblemático, pela dimensão territorial e densidade populacional, mas principalmente pela presteza em antecipar-se aos problemas. Depois de passar por um processo rápido de devastação de suas florestas até meados de 1.700, os japoneses começaram a planejar a ocupação de seu território, concentrando sua população nas regiões planas e destinando praticamente 80% do território como área de preservação, em grande parte através de florestas plantadas.
Nessa questão, o que se espera é que o Brasil siga as trajetórias de sucesso. Mas, para isso precisa, sobretudo, decisão política.
Orlando Caliman
Fonte: A Gazeta
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