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Hoje, A Banca é formada por quatro amigos. Além do Makrrão e do DJ Bola, que ocupa a presidência, Alexandre Oliveira — o Negro Antão, e Alan Benelli, conhecido como Alan Shark, trabalham nos diversos projetos da organização. Todos são focados na divulgação da cultura hip hop e de seus quatro elementos: o rap (geralmente cantado pelo MC, que faz “efeitos” sonoros com a boca), a discotecagem (feita pelo DJ), a breakdance (performances de dança de rua) e o grafite (os desenhos nos muros fazem parte da cultura também). Com o objetivo de incentivar talentos locais, A Banca promove dois tipos de shows. Os maiores costumam atrair 5 mil pessoas e têm como chamariz a apresentação de nomes famosos na cena do rap e do hip hop, como os grupos RZO, Ao Cubo e Z'África Brasil. Outro evento, o itinerante Ensaio Aberto, mistura apresentações curtas com workshops sobre a cultura das ruas.
Os participantes que querem se aprofundar na história podem fazer parte das oficinas de DJ, MC e violão ministradas toda semana na garagem da casa do DJ Bola, a sede da organização. Desde 2007, já se formaram mais de 600 jovens da comunidade. “Nos preocupamos em levar conscientização e mostrar que o hip hop pode ser uma ferramenta de sobrevivência”, diz o fundador. Foi o que aconteceu com Rodrigo Alves Araújo, o DJ Zé Bola (qualquer semelhança com seu mentor é mera coincidência). Em 2008, o jovem entrou como aluno na oficina de DJ. Logo passou a dar aulas de discotecagem e hoje, aos 21 anos, tem seu próprio projeto cultural, o Lá do Morro. “Sinto gratificação pelo meu trabalho”, diz Zé Bola.
O lado educacional do grupo também envolve parceria com instituições sociais do bairro, como o Centro Maria-Mariá de Formação e Requalificação Profissional da Mulher. Com isso, A Banca promove em seus eventos discussões sobre a importância do resgate da cultura popular, da atuação política e da participação das mulheres no hip hop. Os integrantes da produtora trabalham ainda em campanhas diretas de educação e saúde. Munidos de equipamentos de som, volta e meia a turma ocupa praças e quadras esportivas da vizinhança e usa o microfone para transmitir informações úteis sobre saúde e serviço público a quem passa por perto. “Somos parte dessa juventude, temos o mesmo estilo, a mesma linguagem e conseguimos chegar até eles e explicar a importância de se cuidar”, afirma Makrrão.
Cientes do impacto desse trabalho, os quatro amigos que formam A Banca desenvolvem novos projetos. Em 2010 concretizaram mais um, o Poetas Escondidos, em que mais de 70 pessoas da comunidade participaram da gravação de um CD. “Além de fazer o bem para as pessoas, fazemos o bem a nós mesmos”, diz Bola. “Moramos aqui, nossos filhos e netos continuarão aqui e por isso lutamos para que eles tenham respeito e mais consciência em busca da qualidade de vida.” Falou bonito.
Fonte: Revista Galileu
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