quarta-feira, 23 de junho de 2010

Seja um DOADOR DE SANGUE | DOE SANGUE. DOE VIDA!


O Brasil necessita diariamente de 5.500 bolsas de sangue.

A doação de sangue é segura e não demora mais de 1/2 hora. Todo o material utilizado é descartável e oferece total segurança ao doador de sangue.

Requisitos para doar sangue:

Você deve ter mais de 18 e menos de 60 anos;
Seu peso deve ser superior a 50 kg;
Se homem, deve ter doado há mais de 60 dias;
Se mulher deve ter doado há mais de 90 dias; não estar grávida; não estar amamentando; já terem se passado pelo menos 3 meses de parto ou aborto;
Se você não teve Hepatite após os 10 anos de idade;
Se você não teve contato com o inseto barbeiro, transmissor da Doença de Chagas;
Se você não teve malária ou esteve em região de malária nos últimos 6 meses;
Se você não sofre de Epilepsia;
Se você não tem ou teve Sífilis;
Se você não é diabético;
Se você não tem tatuagens recentes (menos de 1 ano);
Se você não recebeu transfusão de sangue ou hemoderivados nos últimos 10 anos;
Se você não ingerir bebidas alcoólicas nas 24hs que antecedem a doação;
Se você estiver alimentado e com intervalo mínimo de 2 horas do almoço;
Se você dormiu pelo menos 6 horas nas 24hs que antecedem a doação;
Se você não se expõe ao risco de contrair o vírus da AIDS, tendo comportamentos como:
* não usar preservativos em relações sexuais
* Ter tido mais de dois parceiros sexuais nos últimos 3 meses
* usar drogas injetáveis

Antes da doação você vai passar por uma entrevista de triagem clínica, na qual podem ser detectadas algumas condições adicionais que possam impedir sua doação. Após cada doação serão realizados os seguintes exames em seu sangue:

Tipagem sangüínea ABO e Rh;
Pesquisa de anticorpos eritrocitários irregulares;
Teste de Coombs Direto;
Fenotipagem do Sistema Rh Hr( D,C,E.c,e) , Fenotipagem de outros sistemas;
Testes sorológicos para: Hepatite B, Hepatite C, Doença de Chagas, Sífilis, HIV (AIDS), HTLV I/II;
Todas as vezes que você doar sangue serão feitos todos esses testes, e você receberá o resultado em cada doação.

Endereço do Hemocentro do ES: Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo – HEMOES - Av. Marechal Campos, 1468, Maruípe, Vitória-ES | Telefones: (27) 3137-2458 | 3137-2466 - Fax: (27) 3137-2463 | hemoes@saude.es.gov.br

DOE SANGUE. DOE VIDA!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Vítimas também são gente

Pedro Valls Feu Rosa*

A Constituição do Japão não trata da segurança pública. Ela é uma constituição pequena, com apenas 103 artigos que não contém parágrafos ou incisos. Só os artigos, e ponto final.

A Constituição do Brasil trata da segurança pública. Ela é uma constituição grande, com 250 artigos (fora os atos constitucionais transitórios) ricos em incisos e parágrafos – existem artigos com dezenas deles.

A Constituição do Japão, que não trata da segurança pública, limita-se a dizer, no artigo 13, que “todos serão respeitados como indivíduos. Seu direito à vida, à liberdade e à procura da felicidade, até o limite em que não interfira com o bem público, receberá a suprema consideração na legislação e em outros assuntos governamentais”.

A Constituição do Brasil, que trata da segurança pública, é rica neste assunto: no artigo 5º garante a todos a segurança pública, no artigo 6º fala novamente que esta é um direito social, e vai assim até o artigo 144, no qual estabelece ser a mesma um “dever do Estado”.

No Japão, cuja Constituição não trata da segurança pública, o Governo ampara vítimas de crimes, fornecendo ajuda financeira e psicológica. No ano de 2005 foram gastos 1,1 bilhão de Ienes apenas em indenizações às vítimas de crimes, que podem receber até um teto de 18,5 milhões de
Ienes.

No Brasil, cuja Constituição trata da segurança pública, aqueles que são “esteio de família” que tratem de se cuidar – se morrerem vítimas de algum crime deixarão seus entes queridos no mais negro desamparo, passando dificuldades e sofrendo.

No Japão, cuja Constituição não trata da segurança pública, o Governo pensa em mais do que dobrar os benefícios pagos às vítimas de crimes – segundo o jornal Yomiuri, o teto máximo passaria dos atuais 18 milhões para 40 milhões de Ienes.

No Brasil, cuja Constituição diz ser a segurança um dever do Estado, noticiou-se a luta travada nos tribunais pelos parentes de bombeiros mortos em São Paulo durante os ataques do PCC, buscando serem indenizados pelos próprios assassinos. Quanto ao Estado... ora, o Estado!

No Japão, cuja Constituição não trata da segurança pública, editou-se em 2004 uma lei específica para definir os direitos das vítimas de crimes, prevendo nada menos que 258 tipos de assistência, inclusive moradia, garantia de emprego e assistência médica, além de acompanhamento psicológico.

No Brasil, cuja Constituição define a segurança como um direito social, recebo rotineiramente no Tribunal de Justiça parentes de vítimas narrando a miséria na qual se viram após o crime, muitos desprovidos até mesmo de meios de sustento, absolutamente desorientados e sem perspectivas.

O Japão é aquele pequeno e pobre país lá da Ásia, praticamente desprovido de riquezas minerais as mais básicas, sem espaço até para agricultura, onde a economia é sustentada com um espírito de disciplina e sacrifício notável.

O Brasil é este imenso e riquíssimo país, provido das mais fabulosas riquezas minerais do planeta, com um espaço praticamente infinito no qual ‘plantando tudo se dá’ – é até difícil imaginarmos uma riqueza que não tenhamos em abundância.

Não estou – e fique isto muito claro – a comparar países. Cada um deles tem uma realidade distinta da dos demais e aspectos bons e ruins. Não é este, repito, o espírito deste texto.

Apenas não posso compreender que no pobre Japão (cuja Constituição não trata da segurança) as vítimas e seus familiares sejam plenamente assistidas, enquanto que aqui, neste rico país cuja Lei Maior tem palavras tão lindas, elas fiquem no desamparo, ao largo dos mais básicos princípios até mesmo de solidariedade cristã.

Talvez seja o caso de nos lembrarmos das sábias palavras do filósofo Chih Chung, segundo quem “a teoria e a prática deveriam ser uma só coisa. Pregar algo e não praticar écomo recitar os textos sagrados sem compreendê-los".

*Pedro Valls Feu Rosa é desembargador, escritor, professor da Escola de Magistratura do Estado do ES, jornalista.

Fonte: Agência Congresso

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Biodiversidade e desenvolvimento, artigo de Antonio Silvio Hendges

A biodiversidade está relacionada à variedade genética das populações e espécies de animais, plantas, microorganismos, algas, liquens, fungos macroscópicos, aos nichos, comunidades e ecossistemas formados pela interatividade constante entre os diferentes organismos. Inclui as variabilidades locais (alfa diversidade), a complementaridade biológica (beta diversidade) e as variações paisagísticas (gama diversidade), ou seja, a totalidade dos recursos biológicos, o patrimônio genético disponível. A biodiversidade não é estática, está em constante evolução das espécies e organismos, sendo mais concentrada nas regiões tropicais.


A biodiversidade é indispensável ao funcionamento adequado dos ecossistemas. É uma forma de seguro biológico que minimiza os efeitos de mudanças ambientais, facilita as trocas energéticas e as interações inter e intra específicas entre as diferentes espécies e nichos. A conservação da biodiversidade através de reservas do patrimônio natural, áreas de preservação permanentes, unidades de conservação, estações ecológicas, parques, bancos de sementes e do patrimônio genético são fundamentais ao desenvolvimento sustentável da sociedade e do país.

O Brasil possui a maior biodiversidade do planeta: de cada cinco espécies, uma encontra-se em nosso território. Tem o maior número de espécies de mamíferos e peixes de água doce, o segundo de anfíbios, o terceiro de aves e o quinto de répteis. Está em primeiro lugar em diversidade vegetal com mais de 50 mil espécies. A extensão territorial, a grande quantidade de recursos hídricos e a existência de diversos climas são fatores preponderantes que determinam esta liderança.

No aspecto econômico, a biodiversidade é uma grande reserva de recursos que podem ser utilizados na produção de alimentos, novas substâncias farmacêuticas, roupas, cosméticos, turismo e muitas outras áreas com possibilidades econômicas e sociais de melhoria da qualidade de vida. É indispensável que o país preserve sua diversidade biológica, estabelecendo políticas definidas de investimentos, pesquisas e desenvolvimento de tecnologias, produtos e serviços, garantindo um retorno financeiro por suas patentes, que de acordo com especialistas pode atingir trilhões de dólares.

Fonte: Eco Debate

terça-feira, 8 de junho de 2010

País deixa de gerar US$ 5 bi por ano com fitoterápicos

O Brasil deixa de gerar cerca de US$ 5 bilhões ao ano por não conseguir transformar sua flora em remédios.

Essa é a diferença entre o valor movimentado pelo tímido mercado brasileiro de fitoterápicos e por mercados como o francês, o japonês e o alemão – países com uma biodiversidade muito menor que a brasileira, mas que tiveram sucesso na transformação de moléculas de plantas em medicamentos.

Até hoje, só um fitoterápico baseado na flora brasileira foi desenvolvido em território nacional. Trata-se do anti-inflamatório Acheflan, concorrente do Cataflam.

O mercado mundial de fitoterápicos envolve hoje cerca de US$ 44 bilhões, segundo a consultoria Analize and Realize, que atende algumas das maiores indústrias farmacêuticas do mundo. O valor está crescendo.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas do Setor Fitoterápico, não existem dados oficiais sobre o tamanho desse mercado no Brasil. As estimativas variam entre US$ 350 milhões e US$ 550 milhões. Os pesquisadores acreditam que o país, por ser dono da maior biodiversidade do planeta, deveria ter um papel de liderança na área.

Um deles é o farmacólogo Manoel Odorico de Moraes, da Universidade Federal do Ceará, que tratou do assunto na Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília, no fim do mês passado.

“Toda a indústria farmacêutica brasileira foi construída em cima da cópia”, diz ele, reclamando que as empresas nacionais investem pouco em inovação.

Segundo o químico Lauro Barata, da Unicamp, o Brasil poderia muito bem exportar para os países desenvolvidos. “Se você tiver remédios com eficiência e segurança, consegue mandar o produto para qualquer lugar. Mas o Brasil só estuda, estuda, publica e nada mais.”

“O mercado de fitoterápicos é muito menor do que poderia ser. Teria potencial para movimentar muito dinheiro”, diz José Roberto Lazzarini, diretor de pesquisa dos Laboratórios Aché.

Além do Acheflan, há mais de 420 fitoterápicos registrados na Anvisa, de 60 plantas diferentes. Apenas dez são de plantas nacionais – e os medicamentos não foram desenvolvidos por aqui.

Há problemas anteriores à falta de interesse dos investidores, porém. O país sofre com a falta de biotérios que possam oferecer camundongos de qualidade para testes de medicamentos.

Além disso, os pesquisadores relatam dificuldades para acessar a flora do país. As leis contra biopirataria acabaram por burocratizar excessivamente os seus trabalhos, reclamam.

O Acheflan, único, por enquanto, a vencer essas barreiras, levou sete anos e R$ 15 milhões para ficar pronto. Ele foi fruto de uma parceria entre a iniciativa privada, que entrou com o dinheiro, e o grupo da Universidade Federal de Santa Catarina liderado por João Batista Calixto.

A planta da qual a equipe de Calixto elaborou o anti-inflamatório Acheflan, comercializado desde 2005 pelo Laboratório Aché, é a erva-baleeira (Cordia verbenacea), típica da mata atlântica. Ele é usado como pomada – nessa fatia do mercado, acabou ultrapassando o Cataflam.

O Laboratório Aché, que é uma empresa brasileira, ficou com a patente do princípio ativo. Os cientistas receberam pelo seu serviço, mas o contrato não prevê nenhum tipo de royalty para eles. Todo o trabalho foi feito em sigilo, sem publicação das conclusões parciais em revistas científicas. (Fonte: Ricardo Mioto/ Folha.com)

Fonte: Ambiente Brasil

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O plástico é o maior poluidor sólido dos mares! Plástico quanto menos, melhor!

Quem já viu uma foto de algum animal sufocado por um saco plástico largado indevidamente na natureza jamais consegue esquecê-la. Infelizmente, imagens assim há muito tempo deixaram de ser raras. O plástico, que leva mais de 100 anos para se decompor na natureza, hoje responde por 70% da poluição dos oceanos por resíduos sólidos. Se não diminuirmos a quantidade de plástico que consumimos e, sobretudo, a forma como o descartamos, estes números só tendem a crescer. Hoje, um terço do lixo doméstico e um quinto do lixo nacional são formados por embalagens produzidas a partir dos mais diversos materiais. Uma vez que os produtos, em geral, são superembalados, 80% das embalagens são descartadas após um único uso. Do total de plástico descartado no Brasil, 17,4% conseguem ser reciclados. Mas muito do que é feito se deve às cooperativas de catadores que, por falta de outras oportunidades de trabalho no país, proliferam e ajudam a levar o plástico para a reciclagem já que não há políticas públicas de incentivo à reciclagem no Brasil. Uma medida que poderia ajudar muito no correto descarte do plástico seria a existência de mais pontos de coleta de plástico nas grandes cidades.

É hora de repensar atitudes No Brasil, 25 mil toneladas de embalagens vão parar, por dia, nos lixões e aterros sanitários. Quando a embalagem é feita com plásticos, além de ficar na natureza por mais de um século, ela interfere na degradação de “outros lixos” que estejam por perto, impedindo o contato dessas substâncias com o solo ou com a água fator que aceleraria a decomposição. Quando ingeridos por animais, os materiais plásticos podem levar à morte por asfixia ou por problemas de digestão. Além disso, as embalagens plásticas ainda.

Oxibiodegradável na berlinda

Hoje é cada vez mais comum nos depararmos com sacolas plásticas (e outros produtos) feitas de material oxibiodegradável. os plásticos oxibiodegradáveis são produzidos com plásticos convencionais (polietileno, polipropileno e poliestireno), aos quais se adiciona uma substância que aumenta a velocidade de oxidação do plástico. esta substância quebra as moléculas do plástico e assim o produto feito com o material modificado aparentemente se desintegra mais rápido. o problema é que ainda não se sabe ao certo quais são os possíveis resíduos gerados pelos plásticos oxibiodegradáveis. Se eles contiverem metais pesados como o chumbo ou o mercúrio, presentes nas tintas, contaminam também o solo.

podem causar problemas à rede elétrica das cidades, quando se prendem em fios de alta tensão.

Muitas  embalagens trazem o símbolo  do tipo de plástico que as compõem.  isso  ajuda na separação dos materiais  para reciclagem

Muitas embalagens trazem o símbolo do tipo de plástico que as compõem. isso ajuda na separação dos materiais para reciclagem

Portanto, antes de comprar um produto superembalado, pense se você realmente precisa dele. E, antes de descartar uma embalagem plástica, pense se você não teria como reaproveitá-la de outra maneira. Separe o plástico para reciclagem Os plásticos podem ser reciclados para dar vida a diversos outros produtos. O material das garrafas pet, por exemplo, após reciclagem, pode ser usado em fibras para a indústria têxtil, em pelúcias e em carpetes.

Já o plástico das garrafas de detergente, após reciclagem, se transforma em tubulações para água e gás e em estantes plásticas. Para ajudar na reciclagem, separe os plásticos do seu lixo orgânico e encaminhe para a cooperativa mais próxima. Veja se há uma cooperativa na sua região no site www.cempre.org.br.

Faça a sua parte

• Reduza o consumo desnecessário de plástico evitando produtos com muitas embalagens e prefira os que possam ser comprados em refil.
• Prefira produtos cujas embalagens possam ser recicladas ou reutilizadas e que tenham poucas cores. Quanto mais cores e tinta, pior para a natureza.
• Não utilize produtos descartáveis como copos de plástico, câmera fotográfica ou aparelho de barbear. Prefira os similares feitos de materiais duráveis. Na PROTESTE,
trocamos os copos descartáveis por canecas de alumínio, evitando o uso de 12,4 mil copos plásticos/mês.
• Troque as sacolas plásticas por sacolas de algodão ou caixas retornáveis para as compras maiores.

Fonte: ‘Ponto Com’

Ano Internacional da Biodiversidade

Você é biodiversidade. A maior parte do oxigênio que você respira vem do plâncton dos oceanos e das exuberantes florestas ao redor do globo. As frutas e verduras que você come provavelmente foram polinizadas por abelhas, e a água que você bebe é parte de um imenso ciclo global que envolve você, nuvens, chuvas, geleiras, rios e oceanos.

Nossa dieta depende quase inteiramente de plantas e animais ao nosso redor, desde gramíneas que nos dão o arroz e o trigo, até o peixe e a carne, originados tanto de áreas selvagens quanto manejadas. Seu corpo contém mais de 100 trilhões de células e está conectado com tudo à sua volta e ao resto do mundo, por meio de um maravilhoso sistema complexo e infinito.

Você compartilha seus átomos com cada ser e objeto do mundo natural e, neste sentido, você é ao mesmo tempo velho e inconcebivelmente jovem. Biodiversidade é vida, sua vida é biodiversidade e biodiversidade é você. Juntamente com você, 13 milhões de espécies vivas diferentes compartilham o planeta, incluindo plantas, animais e bactérias, das quais apenas 1,75 milhões foram nomeadas e registradas. Esta incrível riqueza natural é um tesouro inestimável que constitui a base fundamental do bem-estar humano. Os sistemas e processos desses milhões de seres fornecem coletivamente o alimento, a água e o ar que você respira - os fundamentos básicos da vida.

Como se isso não bastasse eles também lhe fornecem madeira e matérias vegetais para mobiliário, construção e combustível, mecanismos que regulam o clima, controle de inundações e reciclagem do seu lixo, além de novos compostos e substâncias químicas a partir dos quais os medicamentos são feitos. Talvez você tome a biodiversidade como algo tão garantido e de forma tão óbvia ao redor de você, que às vezes é fácil esquecer que ela existe - que você é uma parte dela e não pode viver separado.

A contribuição da biodiversidade para a sua vida não é apenas prática, física ou funcional, é também cultural. A diversidade do mundo natural tem sido uma fonte constante de inspiração ao longo da história humana, influenciando as tradições, a forma como nossa sociedade tem evoluído e como tem sido o fornecimento de bens e serviços básicos sobre os quais o comércio e a economia são construídos. O desaparecimento de espécies únicas é uma perda que não pode ser calculada e nos deixa a todos muito mais pobres.

A perda de espécies ícones e simbólicas não é apenas uma tragédia cultural, mas também ameaça a nossa própria sobrevivência. A bela e generosa diversidade do mundo natural tem sido destruída como resultado de atividades humanas. A derrubada ou queima de florestas, a remoção de mangues, a agricultura intensiva, o stress da poluição, a pesca excessiva e os impactos das alterações climáticas, todos estes fatores estão destruindo a biodiversidade.

Podemos parar esta perda, a questão é: conseguiremos?

O Ano Internacional da Biodiversidade é a nossa chance de provar que podemos.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente

terça-feira, 1 de junho de 2010

Vantagens da reciclagem energética

A prioridade é não só manter, mas também expandir a coleta seletiva e a reciclagem mecânica dos resíduos recicláveis. Em todo o mundo, tem crescido a Reciclagem Energética, em unidades industriais que utilizam processos limpos de transformação dos resíduos urbanos (lixo) em energia elétrica ou térmica....

No Brasil, no entanto, ainda existe resistência à adoção dessa prática de reciclagem. Em nosso país, ainda se acha que a reciclagem energética substituiria a coleta seletiva e a reciclagem mecânica dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), levando à perda dos postos de trabalho. Nada mais equivocado. Esse temor que ainda tem força no País, embora legítimo, é desprovido de fundamento técnico, logístico e operacional. Essa falta de fundamento é clara, uma vez que a Reciclagem Energética não substitui a reciclagem mecânica. Complementa-a, e, mais importante ainda, gera novos empregos.

Os resíduos sólidos urbanos estão entre as fontes geradoras de gases de efeito estufa. Atualmente, esses resíduos respondem por 3% das emissões do mundo e por 1% daquelas do Brasil. Adicionalmente, os resíduos expõem a população desnecessariamente a problemas de saúde, principalmente pela destinação incorreta do material aos lixões, não a aterros sanitários, como deveria ser feito.

Nas grandes metrópoles do País, existe outro problema: o esgotamento dos espaços dos atuais aterros e a falta de terrenos para a construção de novos. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil gera 57,0 milhões de toneladas de lixo urbano.

Desse total, 50,2 milhões toneladas são coletados, ou seja, cerca de 6,8 milhões de toneladas de lixo urbano têm destino incerto. Do lixo urbano coletado, cerca de 28,5% milhões de toneladas vão para aterros sanitários, e 21,7%, para os lixões. O problema é agravado com a insuficiência de coleta seletiva, procedimento pelo qual os resíduos recicláveis são separados dos demais componentes do lixo urbano. Consequência desta insuficiência de coleta seletiva: mais emissões de gás carbônico e esgotamento mais rápido da capacidade dos depósitos de lixo.

Outros países, alguns bem menores do que o Brasil, conseguiram resolver esse problema com açõesintegradas e soluções completas. Além de estimularem a coleta seletiva, a reciclagem mecânica e a correta destinação final dos resíduos, esses países desenvolveram tecnologia para realizar a recuperação energética em processos limpos.

No tratamento dos resíduos sólidos urbanos, a coleta seletiva e sua consequente reciclagem mecânica constituem-se na prioridade de número um, uma vez que esse processo tem também a vantagem de gerar emprego e renda para os catadores e para a mão de obra dos recicladores, ambos intensivos em mão de obra. Esta solução já é uma realidade em vários países desenvolvidos e emergentes. Nesses países, cerca de 150 milhões de toneladas por ano de lixo são destinadas a mais de 850 usinas de geração de energia, todas perfeitamente adequadas às mais rígidas normas ambientais. Isso porque, depois de separados, os resíduos são combinados para melhorar a eficiência do processo e assim incrementar a geração energética por meio dos gases resultantes que produzem o vapor que aciona o turbogerador de energia térmica ou elétrica.

O rejeito é utilizado na fabricação de material de construção, como telhas e tijolos. Os gases extraídos da caldeira são neutralizados em circuito fechado e, já limpos, lançados na atmosfera. Os resíduos destinados à reciclagem energética são apenas aqueles que não se prestam à reciclagem mecânica, como, por exemplo, restos orgânicos, tecidos e fraldas descartáveis usadas, dentre outros.

Portanto, a prioridade é não só manter, como também expandir a coleta seletiva e a reciclagem mecânica dos resíduos recicláveis, o que vai assegurar a manutenção do posto de trabalho dos catadores. Os resíduos plásticos que já não puderem ser reciclados são indispensáveis à reciclagem energética, porque promovem a combustão, substituindo o óleo diesel ou óleo combustível.

Essa situação significa menos necessidade de combustível fóssil e mais uma reutilização de embalagens plásticas, estando aí incluídas as sacolas plásticas que usamos para descartar o lixo doméstico - um ganho fundamental para a sustentabilidade. Agora, só falta vencer preconceitos construídos sobre as antigas e ultrapassadas usinas de incineração de lixo e implementar esse projeto nos municípios que precisam resolver graves problemas de resíduos urbanos. Para tanto, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza e Resíduos Especiais (Abrelpe) e a Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos firmaram um acordo de cooperação e iniciaram estudos sobre a viabilidade econômica, tecnológica e regulatória da instalação de usinas de reciclagem energética no País. Essas usinas seriam instaladas principalmente nos municípios que já não têm espaço para a destinação do seu lixo. A ideia é integrar a produção de energia gerada a partir da reciclagem do lixo urbano na matriz energética brasileira.

A reciclagem energética é uma iniciativa pioneira necessária, urgente e indispensável e que se apresenta como uma alternativa para resolver o grave problema do lixo urbano no Brasil, até porque essa tecnologia vem sendo largamente usada no mundo todo.
Vamos investir nessa solução.

Francisco de Assis Esmeraldo
Fonte:
DCI | Blog Rotas Estratégicas