quinta-feira, 1 de julho de 2010

Beleza preservada

A indústria de cosméticos dá exemplo de consciência ambiental. Agora é a vez dos consumidores.

Jaqueline Mendes e Hélio Gomes


100% ORGÂNICA
Produtores franceses cultivam flores para a indústria de cosméticos

Poucos ramos da indústria são tão dependentes da natureza quanto o de cosméticos. Perfumes, essências e óleos extraídos de madeiras e flores são usados há milênios por mulheres e homens de todo o planeta. O que há de novo nesta história, e que muitas vezes escapa da percepção de boa parte dos consumidores, é a preocupação ambiental das grandes empresas do setor. Hoje, a maior parte delas dá exemplo de como lidar de forma sustentável com fornecedores de matéria-prima, além de policiar todas as etapas do processo industrial. Armadas de certificações acima de qualquer suspeita, elas acumulam credibilidade sem perder a satisfação do público de vista, atitude fundamental em um planeta em grave crise ambiental e de recursos naturais.

Os vários selos de certificação adotados pelas empresas de cosméticos dão a dimensão da importância da questão. “Nossos produtos carregam os selos franceses Ecocert, que atesta que 95% dos ingredientes utilizados são naturais, e Bio, que comprova que a produção é totalmente orgânica”, diz Anna Chaia, presidente no Brasil da multinacional francesa L’Occitane. Outra norma internacional cobiçada é o certificado ISO 14001, que regula sistemas de gestão ambiental, como a verificação de impactos na natureza e a reciclagem de resíduos acumulados no processo industrial. A Surya, marca brasileira conhecida por seu apelo verde, já o conquistou. “Também possuímos o certificado Cruelty-free, concedido pela Peta (instituição de defesa animal), que garante que não realizamos testes com animais”, afirma Clélia Cecília Angelon, fundadora e presidente da empresa.

NO LABORATÓRIO
Boa parte das indústrias de cosméticos já usa energia limpa em sua produção

Outra preocupação constante é o relacionamento com os fornecedores de matéria-prima. Neste ponto, há quem se responsabilize 100% e aqueles que cultivam parcerias duradouras. “Desde 1921, cultivamos plantas em nossos jardins de forma orgânica e biodinâmica”, diz a diretora-geral da suíça Weleda no Brasil, Mara Pezzotti. “Os extratos de plantas frescas são preparados no mesmo dia em que elas são colhidas, o que mantém ao máximo as características vitais da planta”, completa. Já a L’Occitane desenvolveu uma rede de colaboradores que se espalha pela região da Provence e pela paradisíaca ilha da Córsega, ao sul da França. “Não temos intermediários e lidamos diretamente com os produtores. É uma forma inteligente de tirar o que há de melhor da natureza”, afirma a executiva Anna.

Assim que a matéria-prima chega às indústrias, a atenção com as fontes de energia utilizadas no processo entra em cena. “Buscamos usar apenas fontes limpas e não provenientes de usinas nucleares”, conta Mara, da Weleda, lembrando de uma das fontes energéticas mais comuns na Europa. Outro ponto fundamental na discussão é o empacotamento dos produtos. “Uma de nossas linhas utiliza embalagens com 30% de PET reciclado. Além disso, lançaremos uma nova embalagem de polietileno verde”, diz Marcos Vaz, diretor de sustentabilidade da Natura.

Agora, cabe ao consumidor pesar a responsabilidade ambiental de cada fabricante na hora de tomar sua decisão de compra. Os fatos comprovam que a indústria de cosméticos está na frente de muitas outras neste quesito. Fica a certeza de que o preço pago por essa preciosa ajuda à Terra é um benefício a ser colhido por nossas futuras gerações.

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Fonte: Isto é independente

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