segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A difícil realidade do preconceito

O preconceito no ambiente de trabalho é algo muito mais comum do que podemos imaginar. No entanto, uma pessoa não deixa de ser competente pela cor de seus cabelos ou de sua pele – muito menos pelas suas crenças quanto à religião, política ou opção sexual. Competência se refere à capacidade de uma pessoa desempenhar determinada tarefa ou função, e isso nada tem a ver com tais questionamentos.

Infelizmente, o ser humano já possui naturalmente uma tendência a pré-julgar acontecimentos, coisas ou pessoas, de acordo com sua experiência ou vivência. Entretanto, muitos desses pré-julgamentos são permeados de outros pré-conceitos, o que acaba gerando uma bola de neve. Em nossa vida pessoal, nem sempre somos exemplos de humanismo e acabamos, vez ou outra, cometendo alguns atos discriminatórios. Entretanto, o que defendo aqui é a obrigação que todos nós temos de respeitar as opções ou peculiaridades de cada um.

O principal foco do meu trabalho é a seleção de profissionais para as outras empresas. Já imaginou se eu deixasse de apresentar um excelente profissional a um cliente por causa de alguma característica que foge dos parâmetros idealizados pela sociedade?! Isto seria inaceitável. Todos somos livres para ir e vir, e uma deficiência física ou uma ideologia particular não podem interferir em nossas capacidades comportamentais e, principalmente, técnicas e intelectuais.

É ignorância pensar que um profissional, para ser excelente, depende de escolha religiosa ou sexual, peso, aparência, sexo, idade, situação socioeconômica ou raça.

Existem situações que, infelizmente, ainda não conseguimos mudar. Como exemplo disso, posso citar o fato de as mulheres possuírem salários muito inferiores aos dos homens, mesmo ocupando cargos equivalentes. Isso vem da cultura altamente machistas que dizia que a mulher deveria ficar em casa cuidando dos filhos, enquanto os homens garantiam o sustento da família. Quando a mulher deu entrada no mercado de trabalho, acabou ocupando cargos mais operacionais e, até hoje, quando chega a postos mais estratégicos, tendem a ganhar menos do que os homens. É ou não é, de certa forma, um ato discriminatório?

Sinto-me na obrigação de defender qualquer tipo de diferença, pois sei que o bom profissional é traçado por altas doses de vontade de crescer, visão de mercado, crescimento intelectual, desenvolvimento de habilidades e, principalmente, por suas competências comportamentais: capacidade de liderança, relacionamento interpessoal, visão sistêmica etc. É ignorância pensar que um profissional, para ser excelente, depende de sua escolha religiosa ou sexual, de seu peso, aparência, sexo, idade, situação socioeconômica ou raça.
Fonte: Amanhã

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