segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ilha da Cultura

A Ilha da Cultura nasceu do poder que todos nós temos de transformar sonhos em realidade. Tantas desigualdades e injustiças sociais fizeram com que um sentimento de inconformidade crescesse em um jovem guaranesiano que começou a trabalhar para modificar essa realidade. Na impossibilidade de criar um novo mundo, ele pensou em como podia transformar a realidade na qual vivemos. Foi assim que surgiu a idéia do Espaço Ilha da Cultura que visa a inclusão social e cultural, através do acesso a informação, a leitura e a formação de leitores.

Esse jovem se chama Leandro Augusto de Andrade, e na época dessa idéia, ele tinha apenas 21 anos. Depois de ter cursado 3 anos a faculdade de Comunicação do UNIFEG ele viajou para São Paulo para trabalhar em uma ONG de inclusão social que atua em várias comunidades em situação de risco social, vendo, aprendendo e obtendo várias informações de como funcionava o auxílio dessa população e aprendendo a ser um cidadão consciente de seu dever dentro da sociedade, ele resolveu voltar para Guaranésia e realizar algo, que por mais que parecia pequeno, poderia mudar o mundo: Valorizar cada ser humano, dando a oportunidade de conhecer diferentes costumes, diferentes idéias e lugares, além de se tornar um cidadão consciente e ter em suas mãos soluções para as dificuldades de seu dia-a-dia, tudo isso através do ato da leitura. Assim nasceu o Projeto Ilha da Cultura!

Tudo começou com a Campanha ’Doe um Livro’, em abril de 2007, onde o próprio Leandro distribuiu quatro caixas de coleta em alguns pontos da cidade e alguns cartazes falando da Campanha, com esse trabalho ele conseguiu arrecadar mais de mil livros. Leandro fez também um site da Campanha, assim outras cidades do Brasil poderiam conhecer e doar livros e foi isso que aconteceu: livros e mais livros vieram de todas as partes do país. No mesmo ano Evando dos Santos, do Rio de Janeiro, conheceu o projeto de Leandro e enviou para casa dele dois caminhões repletos de livros, mais de 4 mil livros. Esses livros ficaram na casa de Leandro, e a ’biblioteca’ funcionava lá mesmo. Como o objetivo do jovem era montar a biblioteca na comunidade do Bairro Bom Jesus, ele começou a buscar recursos para abrir esse espaço enviando o Projeto para a Prefeitura e para as empresas da cidade.

No meio do ano de 2008, Leandro conseguiu fazer uma grande parceria com Mauro César da Silva, do Grupo Máscaras dando personalidade jurídica ao projeto.

Como não conseguiu viabilizar um espaço via poder público, ele reafirmou a idéia de biblioteca comunitária e no final de 2008, algumas empresas apadrinharam o projeto e começaram a financiar os custos do espaço, como aluguel , água e energia elétrica.

Enquanto uns capitalizam a realidade, outros socializam os sonhos, e socializando esse sonho, Leandro recebeu ajuda para a biblioteca de algumas empresas da cidade, além do voluntariado jovem do Leo Clube de Guaranésia.

Com toda ajuda de empresas, dos voluntários, da comunidade,e da família, em 28 de fevereiro de 2009, Leandro Andrade consegue abrir as portas da Ilha da Cultura para a comunidade.
Foi um evento histórico na cidade, pois um jovem de 22 anos, sem nenhuma condição financeira de realizar um projeto desse porte, sem nenhuma ajuda da prefeitura, sem nenhum apoio político ou religioso conseguiu mobilizar algumas pessoas e empresas que acreditaram nesse seu sonho e ajudaram a construir uma realidade. Tudo isso com um só objetivo: levar a leitura e conhecimento à comunidade.

Outro fato interessante nessa maravilhosa ’luta literária’, é que Leandro ganhou um concurso do Pontos de Leitura promovido pelo Ministério da Cultura, com isso a iniciativa da Ilha da Cultura é reconhecida pelo Governo Federal como Ponto de Leitura e recebeu um Kit que é composto de cerca de quinhentos títulos, um computador, uma impressora, um tapete emborrachado, almofadas, puffs e estantes. Tudo isso para ser usado pela comunidade gratuitamente.

Hoje a Ilha da Cultura conta com mais de 10 (dez) mil livros, cerca de 200 são emprestados por mês, e todos eles são disponibilizados gratuitamente, um voluntário que atende os leitores na Ilha, a mãe do idealizador, Luzia Souza, cuida do espaço e atende as crianças todo final de tarde e empresários empreendedores sociais ajudam a manter o espaço, além do Grupo Máscaras que cuida da parte burocrática e da legalidade do projeto.

Para conhecer melhor o projeto acesse: http://www.ilhadacultura.org.br/
Fonte: Projeto Generosidade

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